Há quem lhe chame lotaria, mas Sérgio Conceição e Jorge Jesus esclareceram a questão: os penáltis são uma questão de competência e não de sorte.

Sendo assim, o FC Porto não tem sido competente neste capítulo ultimamente já que perdeu pela quarta vez consecutiva no desempate por grandes penalidades.

Os ´dragões` tinham ambição de chegar à final da Taça da Liga e vencer a prova pela primeira vez, mas, após 90 minutos frente ao Sporting, a competência de Rui Patrício falou mais alto e colocou o Sporting na final da prova frente ao Vitória de Setúbal.

Para o FC Porto, este foi o 7.º encontro perdido nos pontapés a partir dos 11 metros. A derrota frente ao Sporting levou a um empate técnico dos ´dragões`, já que em 14 jogos decididos nas grandes penalidades, a turma azul-e-branca venceu sete e ganhou outros sete.

Última vitória numa maratona de 30 penáltis

A última vitória do FC Porto no desempate por grandes penalidades aconteceu na época 2009/2010. No Restelo, numa partida jogada a 20 de janeiro de 2010 para os oitavos-de-final da Taça de Portugal, a equipa treinada na altura por Jesualdo Ferreira empatou 2-2, com golos de Falcao e Cristian Rodriguez, e um bis de Lima. Curiosamente, na ronda anterior os ´dragões` tinham afastado o Sporting de Paulo Bento com uma goleada de 5-2, com Rui Patrício na baliza.

Este jogo acabou por entrar para a história em Portugal já que nunca um encontro tinha sido desempatado com tantos penáltis. Dos 30 que se marcaram no Restelo, 11 não entraram na baliza. O FC Porto acabou por ter melhor pontaria, numa noite de desperdício em que Beto brilhou na baliza dos azuis-e-brancos. 10-9 para o FC Porto, no último jogo vencido pelos ´dragões` nos penáltis.

Derrota com Benfica de Jesus no Dragão... a jogar com mais um

A segunda das quatro derrotas seguidas a partir das grandes penalidades aconteceu na época 2013/2014, a 27 de abril de 2014. Luís Castro deixou a equipa B para comandar a principal, num ano atribulado pelos lados da Invicta. Nas meias-finais da Taça da Liga, o Benfica de Jesus apurou-se para a final em pleno Dragão, ao vencer por 4-3, depois de 0-0 nos 90 minutos. O FC Porto jogou 60 minutos com mais um, depois da expulsão de Steven Vitória aos 32 minutos, mas nem assim logrou bater Oblak na baliza ´encarnada`.

Só André Silva contra o SC Braga... não chegou

Em 2015/2016 o FC Porto chegou a final da Taça de Portugal, o único troféu que podia salvar a época. Frente ao SC Braga, a equipa orientada na altura por José Peseiro teve de correr atrás do prejuízo, depois de ver o SC Braga fazer o 2-0 por Rui Fonte e Josué, em duas ´fífias` da defensiva portista. Mas o jovem André Silva resgatou os ´dragões`, com um golo aos 61 e um pontapé de bicicleta aos 90, atirando o jogo para prolongamento. Com mais meia hora sem golos, foi preciso decidir o encontro a partir dos 11 metros onde o FC Porto voltou a falhar. Mais uma vez o guarda-redes adversário voltou a brilhar, neste caso, Marafona, que defendeu os remates de Maxi e Herrera.

Na época passada, nova derrota em grandes penalidades, agora para a Taça de Portugal. Em Chaves o encontro terminou 0-0 nos 120 minutos e teve de ser decidido na marca dos 11 metros. Aí, brilhou António Filipe, guarda-redes dos transmontanos, que defendeu os remates de Layun, Depoitre e André Silva.

A derrota de quarta-feira com o Sporting foi a terceira na Taça da Liga em grandes penalidades. Os ´dragões` já tinham sido eliminados da prova da marca dos 11 metros. Na época 2007/2008, a equipa, na altura orientada por Jesualdo Ferreira foi afastado na terceira eliminatória da primeira edição, ao perder por 4-2 com o Fátima de Rui Vitória, da Segunda Liga. Lino e Mariano Gonzalez falharam os respetivos penáltis.

Já em jogos com o Sporting decididos com pontapés da marca de grande penalidade, esta foi a primeira derrota para os ´dragões`. Nas anteriores duas decisões, a vitória tinha sorrido ao FC Porto, sempre na Taça de Portugal: em 2005/06 vitória azul-e-branca no Dragão por 5-4 após 1-1 nos 120 minutos e em 2008/09, triunfo em Alvalade outra vez por 5-4, após 1-1 nos tempos regulamentar e prolongamento.