O árbitro Fábio Veríssimo vai cumprir um período indeterminado de dispensa, por considerar que a sua forma não é ideal, informou hoje o Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), condenando as pressões sobre os juízes.
"O CA recebeu e aceitou um pedido de dispensa do árbitro internacional Fábio Veríssimo. Árbitro de primeira categoria, com inúmeras provas dadas do seu valor, Fábio Veríssimo trabalhará de forma específica sob orientação do CA”, lê-se no comunicado, divulgado hoje.
O árbitro, de 36 anos, da associação de Leiria, que subiu à primeira categoria em 2014 e tornou-se internacional no ano seguinte, foi o videoárbitro (VAR) da meia-final da Taça da Liga entre FC Porto e o Benfica, que os ‘dragões’ venceram por 3-1.
“Fábio Veríssimo regressará à atividade de árbitro e videoárbitro assim que o CA entender que estão reunidas as melhores condições. Conhecendo a sua capacidade, estamos seguros de que tal sucederá em breve”, acrescenta o órgão da FPF.
O árbitro, natural de Peniche, foi criticado pelo presidente do Benfica, após o clássico.
“Quando assistimos alguém com câmara de televisão à frente, é arbitro e não consegue distinguir em lance de TV se é fora de jogo ou não… Se não consegue distinguir, no lance do primeiro golo do FC Porto, se é falta ou não, este homem não pode arbitrar mais”, referiu Luís Filipe Vieira.
No comunicado de hoje, o CA diz que “nunca aceitou e nunca aceitará qualquer veto de árbitros por parte dos clubes ou outros agentes desportivos” e que “considera igualmente inaceitáveis quaisquer outros tipos de pressão sobre as nomeações e gestão dos árbitros nacionais”.
Nesse sentido, e sem especificar os visados, este órgão federativo prometeu avançar com queixas sobre “todos os comportamentos de agentes desportivos que entenda serem suscetíveis de perturbar a normal atividade das equipas de arbitragem e o normal decorrer dos jogos e competições”.
Na quarta-feira, o presidente do Sporting, Frederico Varandas, também assumiu preocupação sobre aqueles incidentes: "O que me preocupa mais é ver um presidente dizer que um árbitro não pode voltar a arbitrar e hoje ter a notícia que esse árbitro pede uma licença por um tempo indeterminado para não arbitrar. O tempo não pode voltar para trás”, assinalou.
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