Lage obrigado a ganhar ao Braga: "Qualquer treinador do Benfica que não vence dois jogos está com enorme pressão"

Declarações de Bruno Lage, treinador do Benfica, na antevisão do jogo com o SC Braga, da meia-final da Taça da Liga.

Espera diferenças em relação à derrota com o Braga na Luz? "Não espero grandes diferenças [em relação ao jogo da I Liga]. De um lado e de outro vai haver alguma surpresa em termos de posicionamento e formas de pressionar. Perspetiva-se um grande jogo, é uma meia-final e nós, pela natureza do clube e pelo facto de estarmos dois jogos sem vencer, levamos uma enorme determinação para o jogo para poder vencer um título que o Benfica não ganha desde 2016. Vamos com a obrigação de vencer, fazer um grande jogo e estar na final."

Responsabilidade dos golos: "Disse que a responsabilidade de marcar vem de toda a equipa, não só dos avançados. A forma como queremos jogar e ganhar vem de todos, que fique claro. Há algo que é importante referir nesta altura que foi quando entrámos, entrámos sem margem de erro. Nos primeiros jogos, fomos ao encontro de uma equipa que nos deu garantias e fizemos um período muito bom, com boas exibições. Como não havia margem de erro, quer na Liga quer na Champions, uma prova importante pelo prestígio internacional e financeiro, durante quatro meses não havia margem de erro, havia a ambição de aproximar-nos do primeiro lugar. Senti que determinados jogadores estavam confiantes pela forma como estavam a jogar. Mas, a jogar três em três dias, sentimos que alguns jogadores baixaram um pouco de forma. Mas a jogar de três em três dias, consecutivamente, sentimos que nos últimos dois jogos alguns jogadores baixaram um pouco de forma. Também já sei que vão dizer 'sim, mas nos primeiros dias disse que contava com todos'. E conto, não abandono ninguém. Mas para trabalhar comigo, os jogadores têm de andar no limite. Tenho de sentir que estão preparados para trabalhar e jogar neste nível."

Problemas na finalização: "Importante é olharmos para o jogo, percebermos o que aconteceu e prepararmos da melhor forma o seguinte. Há situações em que temos de fazer melhor e tenho dito isso. Os jogadores têm trabalhado muito e vamos ter de dar essa resposta. Entrar fortes, pressionar e ter maior controlo com bola. Mas muito mais do que isso, é a exigência de ganhar. Essa é a exigência de quem representa este clube".

Disse que não abandona ninguém. Está a referir-se a algum jogador? "É referência ao que falámos nos últimos quatro meses. Senti que não tínhamos margem no campeonato, na Champions, na Taça da Liga, na Taça de Portugal. Esse era o primeiro passo. Passámos a jogar muito bem. Já jogámos futebol de enorme qualidade, conseguimos o 1.º lugar, fomos competentes. Nos jogos seguintes, não fomos competentes e perdemos essa posição. Tive que me agarrar aos jogadores que sentia que, em função do tempo e do rendimento, me davam mais garantias. É apenas referir isso, há jogadores mais utilizados por isso. Primeira fase cumprimos, depois infelizmente não."

Se não ganhar ao Braga passa a ser um problema ou ainda é solução: "Tenho total confiança em mim, nos jogadores que estão comigo, porque durante um bom período jogámos futebol de enorme qualidade. É percebermos o que está a acontecer, trabalhar, continuar a dar motivação e confiança aos jogadores, ter enorme responsabilidade, fazer as pessoas acreditar que temos todas as condições para voltar a jogar o futebol que já jogámos esta época".

Sente-se debaixo de jogo como escreve a imprensa? "Qualquer treinador do Benfica que não vence dois jogos está com enorme pressão, faz parte da exigência.  Se ganhámos por cinco, temos de ganhar por sete. Quando ganhamos por um, não é suficiente. Não é o Bruno Lage, é outro treinador qualquer. Temos de ter a capacidade de fazer as pessoas acreditar e isso é fundamental para o nosso trabalho. Só há um caminho: vencer, vencer e vencer. Isso está enraizado, é nosso e temos vivido isso. Falo diariamente com o presidente".

Situações de Prestianni, Rollheiser ou Schjelderup: "Reforço que o que disse foi que, quando cheguei, e a forma como organizei a equipa, jogávamos com qualidade. E em função de não haver margem para erro, pelo jogo que íamos jogando, senti que não havia tanta necessidade de alterar porque davam confiança para continuar naquele registo. Sobre os menos utilizados, o que têm de fazer é a cada momento e oportunidade terem o rendimento que exijo, que o clube exige e que jogar no Benfica exige."

Alberto, do Vitória, interessa para a lateral direita? "O Benfica está sempre atento ao mercado. Quer para reforçar a equipa, quer para trazer um ou outro jogador. É ouvirmos propostas, analisarmos o rendimento do jogador, o que é melhor para ele, para a equipa e para o futuro. Vai ser sempre em função disto".

O SL Benfica-SC Braga, da meia-final da Taça da Liga, está agendado para às 19h45 desta quarta-feira, no Estádio Magalhães Pessoa, em Leiria. Um jogo para seguir EM DIRETO no SAPO Desporto.