O Sporting garantiu na última noite a presença na Final Four da Taça da Liga, depois de bater o FC Porto por 2-1, com a vitória a aparecer nos derradeiros minutos. Numa partida onde os portistas estiveram por cima a maior parte do tempo, o Sporting acaba por conseguir uma reviravolta nos derradeiros minutos. Jovane Cabral foi a chave para abrir a porta da final ao Sporting.

O jogo: 15 minutos recheados

Os dois técnicos foram obrigados a mexer nos onzes iniciais a que têm habituado face as ausências. Rúben Amorim, que ficou a saber que não podia mesmo contar com Sporar e Nuno Mendes por proibição da DGS – apostou em nomes que não têm sido presença habitual no onze leonino, com Gonçalo Inácio e Antunes a iniciarem a partida, naquela que foi a quarta titularidade de ambos.

Já no FC Porto, Sérgio Conceição, também com a COVID-19 a fazer mossa no plantel apostou em Diogo Costa na baliza, que tem sido o guarda-redes das Taças nos Dragões. João Mário somou o seu segundo jogo a titular na equipa azul e branca e Filipe Anderson fez companhia a Marega na frente de ataque, ocupando o lugar do castigado Taremi.

Na noite fria de Leiria foi o FC Porto a tomar as rédeas do jogo, com os comandados de Conceição a mostrarem-se mais perigosos e a aproximarem-se mais vezes da baliza defendida por Adán. Aos 16 minutos, Zaidu entrou pela direita e, já dentro da grande área, tentou cruzar para Marega, mas o esférico acabou por sair pela linha de fundo.

Os dragões continuavam a dominar e chegavam com facilidade ao último terço. Aos 20 minutos, os azuis e brancos voltaram a alertar os leões, com Corona a falhar o alvo. O primeiro sinal de perigo do Sporting surgiu apenas aos 34 minutos, com o remate de Pedro Gonçalves, descaído à esquerda, a sair descalibrado e a passar por cima da baliza defendida por Diogo Costa.  O guardião do FC Porto foi obrigado a mostrar serviço dois minutos depois, evitando que Nuno Santos o contornasse, após passe de Tiago Tomás.

À entrada dos últimos cinco minutos de jogo, surgiu a melhor oportunidade do jogo no primeiro tempo. João Mário (o do FC Porto), passa por Antunes e cruza para o interior da grande área, com Coates e Adán a empatarem-se um ao outro e a bola a acabar nos pés de Marega que acabou por atirar ao poste.

A primeira parte chegava ao fim e o sinal mais era para o FC Porto que ia criando mais ocasiões, contra um Sporting que mostrava dificuldades em chegar com perigo ao último terço.

Sem mudanças, as duas equipas regressaram ao relvado do Dr. Magalhães Pessoa e o FC Porto continuou o ascendente do primeiro tempo e cheirou a golo logo aos dois minutos da segunda parte. Marega, aos 47’, cruzou para o interior da área onde surgiu Uribe que, com o caminho aberto para o golo, bateu mal no esférico e acabou por atirar por cima.

Nesta altura, o jogo entrou numa fase mais faltosa, com o FC Porto a ter direito a vários livres depois de faltas de jogadores do Sporting, com João Palhinha, Coates e Antunes a serem amarelados entre os 52 e os 72 minutos.

Aos 73’ e depois da marcação de um livre pelos dragões, o Sporting lançou-se num contra-ataque rápido, com Nuno Santos a arrancar e a chegar mesmo a ultrapassar Diogo Costa, valeu o ‘SOS’ Filipe Anderson para cortar o esférico.

Depois das balizas se manterem invioladas, o jogo estava perto de entrar os últimos 10 minutos e já se começava a prever mais um desempate por grandes penalidades, mas Marega deu início a uns 15 minutos bem preenchidos. Aos 79 minutos e após passe de Filipe Anderson, o maliano percorreu todo o meio-campo, deixou a defesa do Sporting ‘aos papeis’ e com um remate que nem precisou de muita potência, bateu Adán e fez o primeiro da partida.

Rúben Amorim, que já tinha lançado Matheus Nunes e Jovane no decorrer da partida, fez entrar Daniel Bragança e Plata para ir à procura do empate e o 1-1 saiu mesmo do banco. Jovane Cabral, que tinha entrado aos 78 minutos, começou a assinar uma exibição curta, mas que com certeza, não irá esquecer tão cedo.

Aos 85 minutos, após a marcação de um livre a favor dos leões, a bola foi aliviada pela defesa portista e sobrou para o avançado que com um remate de fora de área, assinou o golaço que repôs a igualdade no marcador.

João Pinheiro, árbitro da partida, deu quatro minutos de compensação e o cheiro a penaltis voltava a sentir-se, mas, qual deja vú, não ia haver desempate para ninguém e voltou-se a gritar golo aos 90+4 e de novo por Jovane Cabral. Coates, após corte, lança Pedro Gonçalves que encontra espaço entre dois defesas portistas para colocar em Jovane que, pela esquerda, entrou pela grande área e chutou para o fundo da baliza do FC Porto. Estava lançada a festa verde e branca em Leiria, a contrastar com a desilusão azul e branca.

O Sporting garantiu assim a sua quinta final da Taça da Liga: os leões perderam duas e venceram outras duas. O jogo do próximo sábado vai ser o desempate no registo do Sporting, que fica agora à espera do resultado entre SC Braga e Benfica, no jogo marcado para esta noite.  Já o FC Porto volta a não conseguir arrecadar a Taça da Liga para o seu registo, aquele que é o único título que continua a escapar aos dragões.

Momento: 86' - Golo de Jovane

Melhor: Jovane

12 minutos em grande do avançado. Não foi titular, mas mostrou que está lá para os momentos decisivos. Foi ele a chave para a presença do Sporting na final, uma porta que começou a abrir com um ‘golaço’ aos 86 minutos.

Pior: O 'azar' portista

É certo que o azar e a sorte são coisas muito relativas, mas uma coisa é certa: FC Porto continua a ter na Taça da Liga uma prova maldita. É a única taça que falta aos portistas e tem fugido ao longo dos últimos anos. Em 2021 volta a dizer adeus depois de uma partida em que até foi superior durante a maior parte do tempo. Os últimos dez minutos de jogo foram fatais para as aspirações dos Dragões.

Reações

Sérgio Conceição: "É um resultado um bocado caído do céu, merecíamos estar na final"

Frederico Varandas: "Sou médico e posso afirmar, inequivocamente, que Nuno Mendes e Sporar não têm COVID-19"

Resumo