E a oitava chegou! O Benfica quebrou o jejum, no que a Taças da Liga diz respeito - não conquistava o troféu desde 2015/16, e voltou a ser campeão de inverno, num dérbi muito disputado, emotivo, mas nem sempre bem jogado. Todos os jogadores marcaram, da marca das 11 metros, até Trincão tremer, ao sétimo penalti e permitir a defesa de Trubin.

Empoderado pelo resultado nas meias-finais, após uma vitória clara frente ao SC Braga, Bruno Lage repetiu a fórmula com Schjelderup e Tomás Araújo na direita da defesa. O Sporting, muito condicionado por lesões, apareceu com João Simões no miolo, Quaresma na direita e Maxi Araújo na esquerda, com Quenda numa posição mais adiantada. Esperava-se que os verdes e brancos sentissem dificuldades, face às aparentes debilidades no meio campo, mas o que é facto é que não se escolheram perante as adversidades e dividiram o jogo com o Benfica, num jogo de parada de resposta. A primeira parte foi mais emotiva, com oportunidades de parte, numa partida sem grandes nuances táticas, mas sim ofensivas e contra-ofensivas, tentando cada um dos conjuntos apanhar em contrapé o oponente.

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O Benfica tentou quase sempre pressionar a primeira fase de construção dos leões, já que os verdes e brancos também não dispunham da qualidade de Morita no miolo, que se junta aos centrais no momento da saída. O Benfica parecia dominar as operações a meio campo, mas o Sporting conseguiu ser sempre mais perigoso, fosse por Quenda, Eduardo Quaresma ou Gyokeres. Só que acabaram por ser os encarnados a inaugurar o marcador na sequência de uma transição. Jogada de Di María, a bola chegou a Schjelderup, o norueguês abriu o livro, fletiu para o meio, e perante a oposição de Quaresma fez o primeiro da noite com um remate muito colocado. O Sporting reagiu da melhor forma à desvantagem, e poderia ter chegado ao empate com uma remate do ainda adolescente, e mais tarde por Quaresma, num lance individual, em que faltou clarividência no momento da finalização. O Sporting já merecia o golo, que acabou mesmo por surgir antes do intervalo. Maxi Araújo foi derrubado por Florentino e foi assinalada grande penalidade. Na conversão, Gyokeres atirou para o meio, Trubin ainda tocou na bola, mas estava feito o empate.

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Na segunda parte viu-se uma toada mais morna, sem domínio territorial de nenhum dos conjuntos, com vertigem, mas onde faltava clavidência no ataque ao último terço. Minutos de abnegação, em que as equipas transpareciam estar mais preocupadas em não sofrer golos do que em propriamente chegar ao golo do triunfo. A final pautou-se pelo equilíbrio, e também por isso teria que ser decidida nas grandes penalidades. Os jogadores dos dois conjuntos foram competentíssimos até à sétima grande penalidade: Di María, Amdouni, Otamandi, Akturkoglu e Renato Sanches marcaram para o Benfica. Gyokeres, Hjulmand, Harder, Maxi e Debast também cumpriram a sua missão para os verdes e brancos. Depois do tento de Florentino, Trubin travou o remate pouco convicto de Trincão e o Benfica leva para casa a oitava Taça da Liga para o museu.

Momento

A grande penalidade falhada por Trincão. Num jogo tão equilibrado a fava teria que sair a alguém, e saiu ao avançado do Sporting. Pouca convição da marca dos 11 metros, Trubin esticou-se e acabou por assegurar a oitava Taça da Liga para o Benfica.

Melhores

Andreas Schjelderup

Continua a querer ganhar espaço no Benfica, e viveu talvez o melhor momento de água ao peito. Numa lance pleno de intenção, trocou as voltas a Quaresma, e disparou com classe para o fundo das redes, no seu primeiro golo num dérbi. Certamente para ficar para a memória.

Florentino

Os recorte técnico não é o seu forte, mas foi altamente eficaz na sua missão. Somou cortes, recuperações de bola, esteve no entanto envolvido no golo do Sporting, por ter provado a grande penalidade que resultou no golo de Gyokeres. Já no desempate, não claudicou ao concretizar o sétimo penalti das águias.

Hjulmand

Não faltou alma ao capitão do Sporting. Assumiu o meio campo, tentando quebrar linhas com a bola em seu poder. Líder em campo, um exemplo.

Maxi Araújo

Um dos melhores dos leões. Não deixou de dar a cara à luta, foi a todas, envolveu-se no ataque, e é ele que sofre a grande penalidade que permite o golo do empate de Gyokeres.

Reações

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