O Benfica venceu confortavelmente o SC Braga por 3-0 esta quarta-feira, em jogo das meias-finais da Taça da Liga.
Quem viu o último embate entre estas duas equipas há quatro dias atrás, certamente não esperava um domínio tão avassalador dos encarnados, que desde o apito inicial mostraram ao que vinham, e que o jogo da Luz não tinha sido mais que um precalço.
Para facilitar a tarefa, as águias tiveram pela frente um SC Braga a exemplificar a sua irregularidade exibicional, onde é capaz de, numa semana, perder com o Casa Pia, e na outra ir ganhar à Luz. Os 'guerreiros' não fizeram de modo algum jus ao epíteto, e só podem ficar aliviados pelo facto do resultado não ter sido ainda mais pesado, tal foi a supremacia do adversário.
O jogo: Quatro dias é muito tempo
Para este jogo, Bruno Lage fez algumas alterações no onze, promovendo as chamadas de Florentino, Schjeldrup e ainda de António Silva, este último 'empurrando' Tomás Araújo para lateral direito. Já Carlos Carvalhal fez apenas uma mudança, trocando o lesionado Niakaté por João Ferreira.
Todos sabemos que no futebol não há jogos iguais, e sabia-se que o Benfica iria entrar determinado em mostrar uma imagem totalmente diferente daquela que tinha deixado na Luz no passado sábado.
Contudo, é seguro afirmar que poucos esperariam um Braga, por um lado tão macio e permeável a defender, e por outro...bem, de facto esse 'outro' não existe, já que os arsenalistas pura e simplesmente não atacaram.
Sem qualquer culpa da letargia do adversário, o Benfica percebeu rapidamente que, com pressão alta e intensa, seria uma questão de tempo até o primeiro chegar. A primeira ameaça chegou logo aos 5 minutos por Tomás Araújo, que cabeceou à barra; seguiram-se lances perigosos de Di María e Álvaro Carreras, que serviram apenas de ensaio para o que aconteceria minutos depois.
Com efeito, aos 27 minutos o Benfica adiantou-se no marcador; boa combinação entre Tomás Araújo e Di María, com o argentino, à sua maneira, a vir para o meio e a rematar para o fundo das redes de Matheus.
O resultado estava finalmente desbloqueado, mas as águias sentiam que tinham todas as condições para continuar a carregar e tiraram dividendos disso mesmo. No minuto seguinte, Álvaro Carreras surge com tempo e espaço para entrar dentro da área e disferir um forte remate que só parou no fundo das redes arsenalistas.
Os dois golos seguidos como que despertaram os apáticos minhotos que, a partir daí, tentaram reagir, tendo agora mais bola e capacidade para sair a jogar, algo de certa forma concedido pela menor intensidade imposta pela pressão encarnada.
Todavia os minhotos foram do oito ao oitenta demasiado rápido, subiram linhas, e deixaram as costas da defesa desguarnecida. Resultado? Pavlidis fugiu pela esquerda e serviu um isolado Di María que, no frente a frente com Matheus, não teve dificuldade em terminar com qualquer dúvida que ainda pudesse pairar.
Na segunda parte, Carvalhal tentou mexer com a equipa (o que não era difícil), fazendo entrar Roger e Diego. A verdade é que as mudanças quase tiveram efeito, já que foi dos pés do jovem extremo que saiu a primeira e única oportunidade de golo para o Braga, mas o remate do '11' minhoto saiu ligeiramente ao lado.
Contudo, este foi apenas um laivo de reação bracarense, já que o encontro voltou à toada da primeira parte. Benfica a controlar a seu belo prazer, e a aproveitar toda a supremacia para ir refrescando a equipa, já a pensar na final de sábado.
Até final apenas a destacar a série de golos falhados pelas águias, e ainda a expulsão do jovem Jónatas Noro, que esteve apenas cinco minutos em jogo até ver cartão vermelho direto após entrada imprudente sobre Álvaro Carreras.
O momento: O ponto final
Após dois golos sofridos de rajada, o SC Braga tentou esboçar uma reação, por forma a conseguir chegar a um golo que relançasse a equipa na discussão do resultado. Tal ímpeto levou a desiquilíbrios defensivos que, aos 37 minutos foram devidamente aproveitados.
Pavlidis conseguiu isolar-se pela esquerda e, no momento certo, serviu Di María que, na cara de Matheus, fez o 3-0 e sentenciou desde logo o encontro.
O melhor: A magia habitual
Di María voltou a ser, pela enésima vez esta temporada, o melhor elemento do Benfica em campo. Contudo, e ao contrário de outras ocasiões, o extremo argentino teve ao seu lado uma equipa que, no computo geral, esteve a grande nível em termos coletivos.
O destaque na exibição do '11' encarnado reside muito na forma como conseguiu desbloquear o resultado, inaugurando o marcador após uma boa iniciativa individual, pondo por terra a resistência brancarense.
Antes do intervalo, Di María tratou também de por um ponto final na partida ao apontar o 3-0 através de uma finalização plena de classe.
O pior: Sem Horta, sem bola
Olhando para a exibição do SC Braga, poucos seriam o jogadores que escapariam a figurarem neste capítulo. Contudo, e devido ao modo como os bracarenses foram totalmente neutralizados, podemos destacar o capitão Ricardo Horta.
Perante um Benfica muito pressionante, os minhotos insistiam em tentar sair a jogar desde o seu setor mais recuado, mostrando-se incapazes de fazer ligações entre setores para partir para o ataque. Neste tipo de situações, a intensidade e capacidade técnica de Horta costuma ajudar os guerreiros a quebrar linhas e fazer transições, algo que neste caso simplesmente não aconteceu.
O '21' do SC Braga não foi o principal responsável, longe disso, da derrota, mas ficou muito aquém daquilo que pode dar e a equipa ressentiu-se muito disso. Foi sem surpresa que Carlos Carvalhal o deixou no balneário ao intervalo.
O que disseram os treinadores
Bruno Lage, treinador do Benfica
Carlos Carvalhal, treinador do SC Braga
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