Mesmo sem deslumbrar, o FC Porto fez valer a sua consistência para conquistar a Supertaça pela 22.ª vez, frente a um Benfica ainda à procura de uma identidade, depois de um investimento sem precedentes (96,5 milhões de euros) no último mercado de transferências. Um penálti de Sérgio Oliveira e um golo de Luis Díaz nos instantes finais valeram aos 'dragões' a quarta vitória consecutiva em clássicos contra o eterno rival.

Pepe, Otávio e Corona, que estavam em dúvida para este jogo, recuperaram e foram lançados no onze portista, com Taremi e Marega novamente na frente de ataque. Sem Pizzi e Gabriel, Jorge Jesus juntou Weigl e Taarabt no meio-campo. Rafa começou na direita e Waldschmidt regressou à titularidade, no lugar de Seferovic.

Muita luta e pouca qualidade. Assim se poderá descrever a primeira parte deste FC Porto-Benfica, com muitas bolas divididas e escassas oportunidades de golo. E a verdade é que foi preciso esperar até ao minuto 25 para se ver um remate enquadrado com a baliza. Voltemos um pouco atrás, mais concretamente ao momento em que Vlachodimos derrubou Taremi na área. Hugo Miguel assinalou fora de jogo do iraniano, mas a decisão não se confirmou após a análise do VAR, que indicou grande penalidade para o FC Porto. Sérgio Oliveira não tremeu e assinou o nono golo esta época.

O conjunto de Sérgio Conceição justificava a vantagem pela solidez defensiva e agressividade com que disputava cada duelo individual. Já o Benfica foi inofensivo, sobretudo no miolo, e teve em Grimaldo o seu jogador mais perigoso, com três momentos para empatar em todo o encontro. No primeiro, ainda antes do descanso, o espanhol surgiu nas costas da defesa contrária e atirou para uma grande defesa de Marchesín.

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A segunda parte agravou ainda mais estas diferenças. Darwin foi completamente anulado por Pepe, Weigl e Taarabt não conseguiam fechar espaços - foram muitos os passes falhados pelo marroquino - e a bola circulava predominantemente entre os defesas ou para os defesas 'encarnados'. Grimaldo assustou duas vezes de livre, numa delas acertou mesmo na trave, mas era o FC Porto quem estava cada vez mais confortável em campo.

Foi já em cima do minuto 90 que os 'dragões' aproveitaram mais uma perda do Benfica para sentenciarem o jogo: Taarabt não segurou a bola, Toni Martínez soube esperar para entregar a Corona, e o mexicano isolou Luis Díaz que atirou para o 2-0. A Supertaça é azul e branca pela 22.ª vez, metade em clássicos com as 'águias'.

O momento

Penálti de Sérgio Oliveira: A chave deste clássico. Vlachodimos fez falta sobre Taremi, o lance foi invalidado por fora de jogo, o VAR atuou e indicou grande penalidade para o FC Porto. Chamado à conversão, Sérgio Oliveira não desperdiçou e colocou os 'dragões' na frente.

O melhor

Pepe: A exibição do central do FC Porto resume-se a uma pergunta: onde estava Darwin?

O pior

Apatia benfiquista: Frente a um adversário sobejamente conhecido pela sua agressividade, esperava-se outro tipo de reação por parte do Benfica. A equipa de Jorge Jesus mostrou-se apática e sem soluções, e a verdade é que teve tempo suficiente para pegar no jogo, mesmo depois do 1-0.

Reações

Sérgio Conceição: "Foi espetacular a interpretação dos jogadores"

Jorge Jesus: "A diferença esteve na eficácia"

Sérgio Oliveira: "É a conquista de mais um troféu, o normal nesta casa"

Agustín Marchesín: "Fomos superiores e estamos contentes pela vitória"

Grimaldo: "Temos de ter mais personalidade"