Declarações do treinador do Benfica, Bruno Lage, após o jogo Benfica-Sporting (5-0), da Supertaça Cândido Oliveira, disputada domingo no Estádio Algarve:
"Queria aproveitar a oportunidade para dedicar esta vitória aos nossos adeptos, que connosco - jogadores, equipa técnica e estrutura -, sofreram quando fomos eliminados da Taça de Portugal. A vida é mesmo assim, quando perdemos não somos os piores e não é agora por termos ganhado a Supertaça que vamos ser o que quer que seja. Somos os mesmos e é nesse registo que vamos continuar.
Na minha opinião, foram 30 minutos muito fortes da nossa parte. Pressionámos muito e mudámos a nossa forma de pressionar, para surpreender o Sporting. As coisas correram muito bem e depois, dos 30 aos 60 minutos, uns muito bons e outros bons. À medida que o resultado foi crescendo com golos, a partida ficou a nosso favor.
Tão importante como vencer este troféu de início de época, é verificarmos que aquilo que tínhamos prometido até este momento - uma entrada forte na época - conseguimos, além de também aproximar a equipa, em termos coletivos, da forma de jogar, da intensidade de jogar, da imagem que foi deixada no ano passado. Estamos satisfeitos com isso, mas termina agora esta fase e arranca uma longa época, com três competições nacionais e uma internacional, em que diariamente vamos tentar dar boas respostas.
Isto é sempre o tentar acertar e adivinhar. Ninguém é mais esperto do que os outros, mas deixou-me sempre curioso o facto de o Sporting não ter experimentado essa linha de três [defesas na pré-época]. A saída a três sabia que ia acontecer e preparámos isso da melhor maneira. Trocámos a pressão com os nossos pontas de lança, não os dois lado a lado, como costumam estar, mas um à frente e outro atrás a contornar os dois médios. Tentámos travar a iniciativa do Sporting e obrigá-los a jogar por fora, controlando o espaço entre linhas, onde o Sporting é muito forte. Tentámos bloquear isso e penso que correu muito bem. Os primeiros 30 minutos foram exemplares nisso e só há uma falha do Pizzi, em que ele e o Nuno [Tavares] saem por fora e deixam o Bruno Fernandes completamente isolado no corredor para criar uma excelente oportunidade.
A diferença é o facto de a nossa ideia já ter sido trabalhada durante cinco/seis meses. O treinador aqui não escolhe, só ele, jogadores. As coisas têm de ser feitas em equipa. Nunca vou dizer nem condicionar qualquer tipo de situação, porque há outros valores que se levantam e há uma gestão, desportiva e financeira, que tem de ser feita. E essa melhor do que ninguém o nosso presidente sabe fazer.
(Favoritismo para a liga?) Partem sempre os três ‘grandes'. O que acontece hoje aqui, nós temos de manter para que continuemos a ser temidos pelo adversário. Temos de viver muito do rendimento e esse rendimento tem de ser uma constante. O mais fácil foi feito, o difícil é manter. Temos de ser competitivos internamente e os jogadores têm de perceber isso, quando não rendem não têm espaço no onze."
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