O regresso de Ángel Di María ao Benfica foi efusivamente celebrado pelos adeptos (com direito a receção especial junto à estátua de Eusébio) e percebe-se porquê. A classe e a irreverência do argentino deixaram saudades num futebol português, muitas vezes, previsível. Volvidos 13 anos, as pernas já não correm da mesma forma, mas a capacidade de desequilibrar e de decidir jogos continua intacta.
Depois de uma primeira parte mais discreta, Di María aproveitou a mudança de postura do Benfica - e para isto muito contribuíram as substituições de Roger Schmidt ao intervalo - e abriu caminho à conquista da Supertaça, confirmada minutos depois por Petar Musa.
Com uma bela execução, o argentino desbloqueou um clássico que chegou a parecer mais do mesmo: FC Porto intenso e pressionante no início e um Benfica órfão de um ponta de lança - não pela saída de Gonçalo Ramos, mas porque Schmidt preferiu apostar num ataque mais móvel.
Face às oportunidades desperdiçadas (Taremi praticamente nem se viu), a pressão portista baixou de nível e os encarnados conseguiram equilibrar a partida, até que o intervalo veio e Roger Schmidt percebeu que era preciso mudar. Com Musa na frente e Jurásek para lhe fazer chegar a bola, o Benfica entrou muito mais confiante e os golos surgiram com naturalidade, perante um FC Porto completamente desnorteado, que ainda viu Pepe expulso por perder a cabeça e Sérgio Conceição recusar-se a deixar o banco por vários minutos.
A época ainda agora começou, mas já deixa antever o melhor e o pior do futebol cá dentro.
O momento
Roger Schmidt muda para a segunda parte: O Benfica já tinha conseguido equilibrar no fim da primeira parte, mas foi a (boa) leitura de jogo do treinador alemão, ao intervalo, que fez toda a diferença na equipa encarnada.
O melhor
Di María: Apesar de alguma lentidão a fechar espaços - que o diga Bah -, o argentino assinalou da melhor forma seu o regresso a Portugal com um golo absolutamente decisivo, batendo Diogo Costa (que podia ter feito mais) com um remate em jeito, e ainda deliciou os adeptos com pormenores que demonstram uma técnica superior.
O pior
Sérgio Conceição: Não surpreendeu com o onze que montou - exceção feita a Namaso -, nem com a atitude exigida à equipa durante o jogo, mas a mudança do Benfica apanhou-o em contrapé e não foi capaz de esboçar um plano de emergência. Acabou expulso por protestos, o que não é novidade para o técnico, o mesmo não se pode dizer da forma como recusou acatar a ordem.
Reações
Roger Schmidt: "É um troféu que vai ficar para sempre"
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