"Que se pode dizer de uma pessoa que, entre outras coisas, traz alegria à equipa, que motiva os companheiros, que é um lutador e um grande campeão?", questiona Chiellini na sua biografia. O livro do defesa central da Juventus continua a causar muita polémica pelas revelações feitas pelo internacional italiano.

Num dos capítulos, o capitão da Juventus fala de Arturo Vidal, seu companheiro de equipa na 'vecchia signora' entre entre 2011 e 2015, e os seus problemas com o álcool. Chiellini começa por recordar que o jogador " não é nem um demónio nem um santo" mas que a distinção deve ser feita "entre quem é verdadeiro e quem é falso". E Vidal era [e é] verdadeiro.

"O Vidal por vezes saía e bebia além da conta, toda a gente sabia disso. Pode dizer-se que o álcool era a sua fraqueza. Mas isso não define se é um campeão ou o tipo de pessoa que é. As fraquezas fazem parte da natureza humana, o importante aqui são as consequências que elas podem ter numa equipa. [...] O grande Arturo não apareceu para treinar algumas vezes ou então, quando aparecia, digamos que vinha alegre. Mas ele nunca falhou. Pelo contrário, penso que em algumas ocasiões há certas formas de ser que podem tornar-te mais forte", recorda Chiellini.

Entre as memórias do defesa central com o agora jogador do Barcelona está um episódio que terá acontecido na pré-época da Juventus, em Miami.

"Lembro-me de uma viagem de pré-época aos EUA. Estávamos em Miami na noite da véspera do nosso último treino, na manhã seguinte ninguém sabia dele. Estava na cama e teve de ser arrastado. [...] Nesse dia experimentámos o nosso novo equipamento de treino, estávamos vestidos de preto, com um calor a rondar os 40 graus. O Conte [o treinador] estava ansioso por correr com o Arturo da equipa e determinado a fazer dele um exemplo. Mas o Arturo, que ainda parecia estar bêbado e não conseguia sequer ver a bola passar, acabou a correr como um louco e a ganhar a toda a gente por uns 20 metros...", recorda Chiellini.