Portugal inicia na sexta-feira a participação em mais um Campeonato da Europa de futebol de sub-17, este ano em Inglaterra, onde o selecionador Rui Bento espera exibir a competência e a ambição de uma "boa geração de jogadores".
Entre o objetivo imediato do Europeu e o trabalho de longo prazo de potenciar atletas para chegarem no futuro à seleção principal, o técnico, de 46 anos, destaca, em declarações à agência Lusa, o percurso de quase três anos em conjunto deste lote de jovens e a sua capacidade para se oporem aos melhores.
"Temos uma boa geração de jogadores. Já demonstrámos qualidade contra grandes equipas, que temos boas soluções e que quando conseguimos estar focados na tarefa e somos nós próprios temos bons desempenhos. Não nos assumimos melhores do que ninguém, assumimo-nos como Portugal, que vai disputar uma competição em que quer ser o melhor", afirmou.
Com um palmarés de duas vitórias em 2003 e 2016 - às quais se juntam mais quatro triunfos quando a prova era disputada como sub-16 até 2001 -, Portugal tem um nome e uma ambição a defender em Inglaterra. Rui Bento garantiu não se esquivar a essa luta, mas apontou o foco permanentemente para o futuro.
"Falamos muito e gostamos muito de ganhar quando vamos para as provas. Logicamente que olhamos jogo a jogo, tentamos ser melhores e mais competentes do que os adversários, mas aquilo que nos orienta mesmo é potenciar sempre os jogadores numa perspetiva de chegarem à seleção principal. Esse, para nós, é o título maior e o que fundamenta todo o trabalho", referiu.
Após a ausência em 2017, em torneio que terminou com a vitória da Espanha, a equipa das 'quinas' regressa integrada no grupo B, juntamente com as congéneres de Noruega, Suécia e Eslovénia. Apesar de não terem o historial de outras seleções, o treinador dos sub-17 rejeitou qualquer facilidade na caminhada para os quartos de final.
"São adversários difíceis. Para uma equipa chegar a uma fase destas da prova já teve de ultrapassar duas fases de apuramento e há grandes equipas que ficaram pelo caminho. Não estamos à espera de facilidades, até porque há duas equipas que já defrontámos: Suécia e Noruega. Portanto, temos identificada muito bem a sua forma de jogar", observou.
O discurso do selecionador estendeu-se a Rodrigo Valente, médio do FC Porto e um dos 20 convocados para o Europeu, que reconheceu também o valor dos adversários do grupo, mas reiterou a qualidade do grupo português.
"Esta equipa é incrível. O que nos caracteriza mais é o jogo em posse, onde somos fortíssimos, e é isso que tentamos mostrar dentro de campo. Somos uma equipa com muito cabedal, muita rapidez, e que com o jogo em posse conseguimos dominar o resto", atirou com confiança o jogador de 17 anos.
Enquanto estão concentrados na competição, os estudos normais na vida de qualquer adolescente ficam para segundo plano, mas Rodrigo Valente, que estuda na área de ciências, asseverou que nunca ficam esquecidos.
"Os estudos são muito importantes. Caso aconteça algum imprevisto, a escola tem de ser o principal plano. É complicado conciliar as duas coisas. Agora estamos em estágio e estou a ter aulas, mas graças à federação é possível disponibilizar uma ou duas horas por dia que nos ajuda a acompanhar os estudos. É complicado, mas nunca deixamos os estudos para trás", sublinhou.
Já para Francisco Saldanha, defesa que pertence aos quadros do Benfica e com o estatuto de subcapitão, o foco passa neste momento em exclusivo pelo que a equipa pode fazer em Inglaterra.
"Tenho muita confiança na equipa, sei do que ela é capaz e agora temos de continuar a trabalhar todos os dias para chegar lá e mostrar o que somos capazes", disse, sem esconder o sonho de igualar o feito da geração que triunfou em 2016. "Temos esse sonho, mas também temos de ter a cabeça em cima dos ombros para perceber que isso acontece poucas vezes na vida", sublinhou.
O Campeonato da Europa de sub-17 decorre em Inglaterra, entre 04 e 20 de maio, com Portugal a estrear-se na sexta-feira frente à Noruega, em Burton-on-Trent.
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