O antigo internacional francês Robert Pires confessou que segue Portugal à distância e defendeu que a renovação na seleção nacional deve ser feita de forma criteriosa, deixando os jogadores mais importantes no plantel.
"Sei que têm um novo treinador e alguns jogadores mais jovens. Estão a tentar renovar a seleção. É verdade que é preciso mudar, mas não vale a pena mudar só por mudar. É bom mudar mantendo os melhores em cena, porque só assim se consegue melhorar sem causar ruturas profundas", salientou Pires.
Para o luso-francês de 40 anos, a vitória da formação lusa frente aos gauleses, no Estádio de França, este sábado (19h45), terá maior importância para Ronaldo e companhia do que para os "bleus”", tendo em perspetiva a partida diante da Dinamarca.
"[O jogo França-Portugal] será obviamente uma partida mais importante para Portugal do que para a França. Sabemos o que aconteceu no primeiro jogo [frente à Albânia] e precisam urgentemente de um triunfo para atacar o jogo com a Dinamarca de outra forma. É muito importante para Portugal fazer um bom resultado com a França para que possa abordar o próximo desafio com outra mentalidade", previu.
Pires, atualmente a jogar nos indianos do Goa FC, depois de ter pendurado as chuteiras em 2010/11, ao serviço do Aston Villa, explicou um dos segredos que poderá conduzir a "armada das quinas".
"Não vou dar a chave do cofre a Portugal, mas, do meu ponto de vista, para travarem a minha seleção têm de evitar que a bola chegue ao Benzema e ao Pogba; eles são verdadeiramente os homens mais fortes da seleção francesa e é por ali que vem o perigo", explicou o futebolista que vestiu a camisola da França em 79 ocasiões.
O jogador de origem portuguesa apontou ainda a falta de um avançado goleador como a principal debilidade do plantel agora às ordens de Fernando Santos.
"Já Portugal ainda não conseguiu ultrapassar os seus problemas, que passam essencialmente pelo ataque. Continuam sem ter um ponta-de-lança; têm de chamar o Pauleta [risos]. Para se ter uma grande equipa é necessário ter um grande guarda-redes e um ponta-de-lança que faça a diferença. O resto gira à volta deles. Vocês têm guarda-redes [Rui Patrício], falta-vos o ponta-de-lança", explicou.
Robert Pires enviou ainda um conselho à Seleção nacional: "não podem estar constantemente a carregar sobre o Ronaldo. Para mim é o melhor do mundo, mas não pode resolver tudo sozinho. Sei que é impossível produzir outro jogador como ele, mas o futebol não é feito apenas de jogadores como o Ronaldo e há espaço para outros", atirou.
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