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A quase oito meses dos próximos encontros no Grupo H, Paulo Bento pode trabalhar com tranquilidade e encarar a segunda volta com optimismo, mesmo sabendo que ascender do segundo ao primeiro lugar depende de resultados alheios.
A selecção portuguesa de futebol, de novo com Cristiano Ronaldo, cumpriu com sucesso os primeiros jogos da “era” Paulo Bento, com triunfos tão obrigatórios como indiscutíveis face a Dinamarca e na Islândia, e está na rota do Euro2012.
Depois de um início preocupante, com apenas um ponto em dois jogos (4-4 com o Chipre e 0-1 na Noruega), Portugal somou duas vitórias por 3-1 e, a meio da campanha, parece, agora, bem encaminhado para selar uma sétima presença consecutiva numa fase final.
Escolhido para substituir Carlos Queiroz, que por castigo já não pôde orientar os dois primeiros jogos (o então adjunto Agostinho Oliveira esteve no banco), Paulo Bento logrou, porém, o mais importante: devolveu a esperança, mostrando que nem era preciso José Mourinho.
A receita pareceu simples, com a colocação em campo dos melhores, nas suas posições normais e sem invenções, olhando bem mais para dentro do que para os adversários, tudo num clima tranquilo e de confiança, conferidas por um técnico apoiado por todos, nomeadamente pelos jogadores.
No que respeita à equipa, posicionada em campo num lógico “4-3-3”, a mudança principal foi o recuou de Pepe do meio-campo para o centro da defesa, e a aposta num centro do terreno bem mais criativo e ofensivo, com Raul Meireles e os ex-“ignorados” João Moutinho e Carlos Martins.
Atrás, o estreante João Pereira foi a escolha lógica para a direita e, na frente, regressou o Cristiano Ronaldo da “era” Scolari, que não existiu nos tempos de Carlos Queiroz – míseros dois golos em 18 jogos (já soma dois com Paulo Bento e um total de 25, em 78 internacionalizações “AA”).
O jogador que semana após semana encanta os adeptos do Real Madrid está de volta e, com ele feliz, Portugal é claramente mais forte, pois ganha uma muito maior capacidade para desequilibrar os adversários.
Colectivamente, a formação das “quinas” ainda não deslumbrou, embora tenha tido vários momentos altos, mas foi compacta e pragmática, ganhando de forma inequívoca e sem passar por grandes sustos, apesar de, como nos dois primeiros jogos, tenha voltado a sofrer golos – embora um auto-golo e um tento em que bola nem terá entrado.
Portugal já é o melhor ataque do grupo, com 10 golos em quatro jogos, mas também a segunda pior defesa – apenas melhor do que o Chipre (sete contra oito) -, que nos próximos jogos já poderá estar reforçada, com o regresso de Bosingwa.
A formação das “quinas”, que a 17 de Novembro vai defrontar num particular a campeã mundial e europeia em título Espanha, só volta à acção a 4 de Junho, com a recepção à Noruega, que poderá valer a liderança do Grupo H, já que, em Março, os noruegueses recebem a Dinamarca.
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