Otávio vai tornar-se hoje o oitavo jogador naturalizado a vestir a camisola da seleção portuguesa de futebol, num encontro particular diante do Qatar, incluído na fase da qualificação para o Mundial2022.
Na cidade húngara de Debrecen, o selecionador luso, Fernando Santos, vai apostar de início no médio do FC Porto, num jogo que vai contar com jogadores habitualmente menos utilizados, após a vitória lusa diante da República da Irlanda, na quarta-feira, no Estádio Algarve, por 2-1.
O jogador do FC Porto, de 26 anos, chegou a solo luso na época 2014/15, proveniente do Internacional, do Brasil, mas não conseguiu afirmar-se de imediato na equipa principal, tendo sido emprestado ao Vitória de Guimarães por dois anos consecutivos.
Em 2016/17, fixou-se no plantel principal ‘azul e branco’, assumindo-se como uns dos jogadores imprescindíveis, nomeadamente, nos últimos três anos, sob orientação do treinador Sérgio Conceição.
O médio dos ‘dragões’, natural de Paraíba, no Brasil, sucede, assim, a Dyego Sousa, que, em 22 de março de 2019, foi opção no desafio frente à Ucrânia (0-0), no apuramento para o Euro2020.
Dyego Sousa, que tinha chegado a solo luso com apenas 18 anos, em 2007, para representar os juniores do Nacional, destacou-se no Sporting de Braga, concretamente, no segundo ano ao serviço dos minhotos, em 2018/19, marcando 20 golos em 41 jogos.
Em Portugal, antes de ingressar nos minhotos, o jogador nascido em São Luís do Maranhão, no nordeste do Brasil, defendeu ainda as cores de Leixões, Tondela, Portimonense e Marítimo.
Passou mais de uma década para a seleção portuguesa voltar a estrear um jogador naturalizado, depois de Liedson, Pepe, Deco, Celso e Lúcio Soares, todos nascidos no Brasil, e de David Júlio, oriundo da África do Sul.
Em setembro de 2009, Liedson, que passou oito temporadas no Sporting, foi chamado por Carlos Queiroz para o duelo com a Dinamarca, de qualificação para o Mundial2010, e logo na estreia salvou Portugal da derrota em Copenhaga, ao marcar o golo do empate (1-1).
O 'levezinho' terminou a carreira com 15 jogos e quatro golos por Portugal e representou a seleção das 'quinas' no campeonato do mundo de 2010, na África do Sul.
Ainda em atividade está Pepe, que soma 120 internacionalizações e já é o defesa central com mais jogos de sempre pela formação lusa, com mais 10 do que Fernando Couto.
Tal como Dyego Sousa, Pepe chegou a solo nacional ainda como adolescente e também para a Madeira, onde foi representar o Marítimo com apenas 18 anos.
Em 2007, o central do FC Porto recebeu a chamada de Luiz Felipe Scolari e, em novembro, estreou-se, logo a titular, perante a Finlândia (0-0), no encontro que confirmou a qualificação para a fase final do Euro2008.
O defesa de 38 anos leva 120 internacionalizações e sete golos e integra a 'restrita' lista de seis futebolistas que chegaram à centena de jogos por Portugal.
Anos antes, em 2003, igualmente pela 'mão' de Scolari, Deco também optou pela seleção portuguesa, seis anos depois de ter chegado ao país, com 20 anos.
Em destaque no FC Porto, o médio foi chamado para um particular com o Brasil, numa decisão que na altura não foi unânime junto da opinião pública, e acabou por defrontar a 'canarinha' em março, no Estádio das Antas. Portugal venceu por 2-1, com Deco a marcar o golo do triunfo já perto do fim, de livre direto.
Deco, que acabou a carreira com 75 jogos e cinco golos por Portugal, acabou por ser determinante na campanha da seleção nacional no Euro2004, em que chegou à final, e no Mundial2006, tendo alcançado as meias-finais. O médio esteve ainda no Euro2008 e no Mundial2010.
Na década de 1970, o 'trinco' brasileiro Celso, do Boavista, representou três vezes a formação da 'quinas' e, nos anos 60, foi a vez de o central brasileiro Lúcio Soares e de o médio sul-africano David Júlio, ambos do Sporting, contarem cinco e quatro internacionalizações, respetivamente.
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