A envolvência das bancadas de Hampden Park dificultará a visita de Portugal à Escócia, na terça-feira, da quarta jornada do Grupo A1 da Liga das Nações, admite o futebolista luso-cabo-verdiano Jair Tavares, dos escoceses do Motherwell.
“Vai estar um ambiente incrível. Se há coisa que caracteriza o futebol escocês, é a atmosfera que existe em qualquer estádio. Os adeptos são malucos da cabeça por futebol e vivem-no como se fosse a vida deles, principalmente a jogar em Hampden Park. É um estádio lindo e penso que vai ser o principal adversário da seleção nacional. Em condições normais, Portugal consegue perfeitamente bater a Escócia, mas encontrará um jogo demasiado complicado”, anteviu o extremo, de 23 anos, em declarações à agência Lusa.
Portugal, vencedor da primeira edição, em 2019, enfrenta a Escócia na terça-feira, às 19:45, no Hampden Park, em Glasgow, em desafio da quarta de seis jornadas do Grupo A1 da Liga das Nações, podendo assegurar a qualificação para os quartos de final se ganhar e a Polónia não bater a Croácia à mesma hora em Varsóvia.
“A Escócia tentará ao máximo que o jogo seja o mais físico possível. Apesar de ter melhorado muito o nível nos últimos anos, ainda tem aquele futebol tipicamente rijo e agressivo, que nunca para. Isso nada tem a ver com o estilo mais pausado e de qualidade superior de Portugal”, comparou, numa altura em que a equipa treinada por Steve Clarke soma uma vitória nas últimas 15 partidas e não triunfa em casa desde junho de 2023.
No Grupo A1, que qualifica os dois primeiros colocados para a fase seguinte, os quartos de final, Portugal é líder isolado, com nove pontos, contra seis de Croácia, três da Polónia e nenhum da Escócia, após ter fechado a primeira volta com triunfos nas receções aos croatas e aos escoceses (ambos por 2-1) e na visita aos polacos (3-1).
“Neste momento, o Scott McTominay deve ser o melhor jogador da Escócia. Acabou de sair do Manchester United para o Nápoles, está numa forma incrível e é diferenciado dos seus companheiros. Se Portugal conseguir anulá-lo, vai apagar a maior parte do jogo ofensivo do adversário”, referiu, aludindo ao autor do golo escocês no encontro em Lisboa, no Estádio da Luz.
Com apenas 72 horas de descanso face à vitória de sábado na Polónia, o selecionador português, o espanhol Roberto Martínez, deverá fazer mudanças no ‘onze’, tendo a oportunidade de estrear o defesa central Tomás Araújo, que conviveu com Jair Tavares nas camadas jovens do Benfica e substituiu à última hora o lesionado Gonçalo Inácio na convocatória nacional.
“Digo abertamente: sou fã do Tomás Araújo. Para mim, é um central com demasiada qualidade e diferenciado. Há muito poucos naquela posição tão rápidos e calmos com a bola no pé como ele. Já estava à espera de que chegasse ao nível em que está e é bem capaz de atingir patamares muito mais altos”, frisou o dianteiro, um dos dois portugueses a alinhar no escalão principal da Escócia, a par do médio Paulo Bernardo, igualmente formado nos ‘encarnados’ e que representa o Celtic.
Jair Tavares confidencia que os duelos entre Portugal e Escócia na Liga das Nações têm sido tema de conversa no balneário do Motherwell, quarto classificado da Premiership escocesa, no qual ingressou em agosto por empréstimo do Hibernian, 10.º e penúltimo.
“Senti que esta época vai ser extremamente importante e ditará o meu futuro. Tive uma boa utilização na época passada, mas precisava de ganhar mais minutos. O Hibernian está um bocadinho mais à frente em condições e a nível financeiro, mas o Motherwell é um clube bastante bom para quem quer evoluir. Penso que será uma época muito boa para mim. Só tenho de me adaptar à nova tática e aos meus colegas de equipa”, traçou.
À partida para a terceira época na Escócia, onde somou dois golos em 41 encontros pelo Hibernian e já disputou uma partida como suplente utilizado ao serviço do Motherwell, o internacional sub-19 português admite ter sentido dificuldades iniciais na sua adaptação.
“Sou um jogador totalmente diferente daquele que saiu do Benfica. Mesmo que tivesse chegado à equipa principal ou jogado por outro clube em Portugal, não teria nem metade da intensidade que tenho hoje. Daí eu achar que, apesar de existir mais qualidade no futebol português, o escocês está um ou dois passos à frente”, finalizou.
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