A geração de 1999 que suporta a atual seleção portuguesa de futebol sub-20 ambiciona dar continuidade no próximo campeonato do Mundo, na Polónia, às vitórias alcançadas nos Europeus de sub-17 e sub-19, garante o selecionador Hélio Sousa.
Em entrevista à Lusa, o treinador responsável pelos anteriores feitos desta geração - da qual fazem parte algumas promessas que já são certezas do futebol português, como João Félix, Diogo Dalot ou Rafael Leão - sublinha que a equipa "é capaz de ganhar qualquer dos jogos que vai realizar"na competição que arranca no próximo mês de maio.
"Seria para qualquer um de nós mais um momento único e para mim tem este acréscimo de se cumprirem 30 anos que fomos campeões do mundo. Temos oportunidade de competir novamente noutro Campeonato do Mundo, mas fazer história vai custar muito. Se somos capazes de o fazer? Temos demonstrado no passado que sim", afirma.
A recordação do Mundial de Riade1989 está bem presente na memória do selecionador. Na prova disputada há 30 anos, na Arábia Saudita, Hélio Sousa era um dos médios da equipa de Carlos Queiroz que deu a Portugal o primeiro grande título internacional no futebol.
Desde então, as vitórias ganharam outra regularidade e a mais recente geração de 1999 parece estar a fazer das vitórias um hábito, embora o técnico não admita desvalorizações.
"Terem sido campeões da Europa em gerações diferentes e em tão pouco espaço de tempo não aconteceu em lado nenhum da Europa, mas parece que foi uma coisa vulgar. Esta geração, para ser olhada de maneira diferente, se calhar tem mesmo de fazer o máximo para ser campeã do mundo e nunca mais os esquecerem na vida. E vamos à procura disso", garantiu.
Por força das conquistas europeias destes jovens em dois escalões anteriores, o rótulo de candidato ao título mundial é também aplicado à seleção portuguesa. O selecionador nacional de sub-20 assume essa condição como uma inevitabilidade sem surpresas e reconhece que "é a forma mais natural" de analisar o percurso desta equipa.
"Praticamente, fomos nós próprios que pusemos essa visão das pessoas sobre nós pelo que conseguimos conquistar no passado. É impossível, se calhar, as pessoas verem-nos de outra maneira", explica, relevando a importância de uma cultura de vitória: "Leva a que o caminho até chegar a uma final seja um caminho natural - que não é - e que faça parte do dia a dia. Não há necessidade de perguntarem como é que se pode ser campeão mundial".
Portugal está inserido no Grupo F, ao lado das seleções da Argentina, Coreia do Sul e África do Sul. Hélio Sousa considera que a seleção ficou "num dos grupos mais fortes" e prefere apontar, por agora, ao apuramento para a próxima fase, sem deixar de vincar que um triunfo será "sempre muito difícil".
"Alguns bons países partem com boas condições para o conseguir e nós somos um desses países, quase de há 30 anos para cá. Fomos fortes, outras vezes menos fortes e agora somos novamente muito fortes. Em qualquer competição que entramos, sentimos que podemos vencer qualquer adversário e isso deixa-nos mais perto de o fazer acontecer", conclui.
A seleção portuguesa de sub-20 inicia a participação no próximo Campeonato do Mundo de futebol em 25 de maio, frente à Coreia do Sul, seguindo-se as partidas com a Argentina, no dia 28, e, finalmente, a África do Sul, em 31 de maio.
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