Em entrevista ao Sapo Desporto, o Professor de Direito de Desporto da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa considera que o acórdão dado a conhecer esta manhã “não é explícito”, ainda que permita tirar algumas conclusões importantes:
“Esta decisão vem provar que o Conselho de Justiça castigou mal o ex-seleccionador nacional com um mês de suspensão, e dá ainda a perceber que a norma em que se baseou o Conselho de Disciplina não tinha espaço para punir Carlos Queiroz, o que a mim sempre me pareceu pacífico desde o início.”
No fundo, explica este especialista, “relativamente a esta etapa, há uma resposta favorável a Carlos Queiroz e pode dizer-se que duplamente favorável, pois como se sabe há um outro processo disciplinar a correr dentro do Conselho de Disciplina e, caso esta decisão fosse num sentido oposto, podíamos estar perante um caso de reincidência e aí a pena de suspensão podia ser agravada”.
Assim, considera Manuel Meirim, “está encerrado um capítulo em todo este conjunto de processos com o resultado de 1-0 favorável a Carlos Queiroz”.
O técnico já foi dispensado do cargo de seleccionador nacional e o catedrático reconhece que “do ponto de vista prático Carlos Queiroz não pode fazer nada, a não ser ter para si uma primeira vitória neste jogo de processos”.
Adianta ainda que “o processo levantado pelo AdoP tem também francas debilidades” e concorda que devido ao clima de informação e contra-informação é difícil à opinião pública criar uma posição clara em relação a este tema.
“Acaba por ficar sempre no ar qualquer coisa mais ou menos nebulosa, até por falta de esclarecimento imparcial sobre esta matéria”, termina o Professor de Direito de Desporto.
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