Desde 30 de junho de 2018: Desde o dia em que Portugal caiu frente ao Uruguai no Campeonato do Mundo que Cristiano Ronaldo não vestia a camisola da seleção. O regresso do capitão era um dos principais motivos de interesse da partida frente à Ucrânia, que marcava o início da defesa do titulo conquistado em França em 2016. A possível estreia de Dyego Sousa com a camisola das quinas também era uma das curiosidades.
Com Portugal quase na máxima força (com excepção da ausência de Gonçalo Guedes) e com casa cheia na Luz, estavam reunidos todos os ingredientes para Portugal conquistar os primeiros três pontos na caminhada para o Europeu de 2020. Contudo, a ineficácia lusa acabou por esbarrar na inspiração do guardião Pyatov.
Com um sistema híbrido, num 4-3-3, em que Bernardo Silva, nesse triângulo, baixou muitas vezes para se juntar aos médios, deixando André Silva e Ronaldo na frente, Portugal foi incapaz de desmontar a muralha montada pela equipa liderada por Schevchenko. Com uma circulação lenta, alguma passividade e pouca verticalidade, a seleção lusa canalizou muito do seu jogo através das alas, em detrimento da verticalidade, apostando em cruzamentos, o que incomodou pouco o adversário.
Com maior posse de bola, Portugal não transformou esse domínio em criação de oportunidades, mostrando-se cerimonioso na hora de alvejar a baliza de Pyatov. Na primeira parte, Pepe e Ronaldo em duas tentativas colocaram o guardião da Ucrânia à prova.
Na segunda parte, Portugal tentou esticar o seu jogo. André Silva colocou novamente Pyatov à prova, com o guardião a fazer a defesa da noite. Entraram Rafa e Dyego Sousa com intuito de imprimirem maior velocidade e agressividade ao ataque português. Contudo, a equipa das quinas continuou demasiado inoperante.
Aproveitou a Ucrânia que quase marcou por intermédio de Junior Moraes, mas valeu o corte, na hora h, de Rúben Dias. Já no desespero, William ainda alvejou a baliza, num remate rasteiro, mas já nada havia a fazer.
Momento
Ao minuto 84, Junior Moraes teve tudo para marcar numa recarga após defesa de Rui Patrício, mas valeu o corte de Rúben Dias a evitar o pior. Seria provavelmente o golo do triunfo da Ucrânia e uma forma ainda pior de começar a defesa do título.
Melhores
Pyatov
O guardião foi uma muralha intransponível para o ataque português. Na primeira parte travou dois remates de Ronaldo, um dos quais numa defesa espectacular por instinto. No segundo tempo, ainda foi a tempo de fazer a defesa da noite depois de um pontapé em arco de André Silva, somando ainda mais um par de defesas.
William
Foi um dos dinamizadores do meio campo português. Muito forte sobre a bola, como é seu hábito, tentou canalizar o jogo, mas faltou inspiração na frente. Perto do final ainda tentou a sorte de longe, mas o remate saiu ligeiramente ao lado.
Pior
Sem poder de fogo, a equipas das quinas teve dificuldade em criar ocasiões reais de golo. Dos 18 remates à baliza, só seis foram enquadrados à baliza de Pyatov. A equipa portuguesa perdeu-se também em lances individuais em vez de privilegiar o coletivo.
Reações
Fernando Santos: "Foi um resultado injusto. Portugal merecia ganhar"
William Carvalho: "Fizemos as coisas bem, não conseguimos concretizar"
Comentários