O Sporting da Covilhã é o clube há mais anos consecutivos na II Liga de futebol, 14 épocas, e o presidente, José Mendes, afirmou hoje não querer "entrar em loucuras" e ter como meta a manutenção.
José Mendes acentuou, em declarações à agência Lusa, que o emblema serrano está "sempre em desvantagem em relação a outros clubes", por ter um orçamento de 850 mil euros, estar a competir com equipas que investem "quatro, cinco ou seis milhões" e ter de "pagar a interioridade”.
"O objetivo para a próxima época passa por gastar aquilo que o clube pode gastar e pela manutenção. Se o conseguirmos mais um ano, já é mais um feito", referiu o dirigente dos ‘leões da serra’.
O presidente do Sporting da Covilhã frisou que, quando ouve falar em subida de divisão, fica com a ideia de que as pessoas não têm noção das dificuldades, do fosso no investimento entre equipas e "dá a entender que as pessoas na cidade não sabem muito bem de que é que estão a falar".
Embora frise que "os orçamentos não fazem equipas, dá muito jeito" para comprar jogadores "com maior qualidade".
"Nós não somos loucos, não entramos em loucuras, sabemos muito bem até onde é que podemos ir. Não temos a menor hipótese de acompanhar estas equipas que investem milhões e sentimos as dificuldades. Nós mantermo-nos na II Liga, com este orçamento, acho que é um feito histórico", sublinhou José Mendes.
Apesar de se recusar a pôr em causa a estabilidade financeira do clube, o dirigente acrescenta que, apesar dos constrangimentos, não quer dizer que o emblema serrano não consiga subir de escalão, porque "os milagres vão acontecendo", como na temporada 2014/15, quando o Sporting da Covilhã terminou o campeonato com os mesmos pontos que uma das equipas promovidas.
José Mendes enfatizou que os ‘leões da serra’ são "um clube cumpridor", que "não deve nada a ninguém", mas "ser de boas contas" não é suficiente.
"Precisamos de mais alguma coisa, precisamos de mais dinheiro, para fazer uma equipa com muita qualidade, para tentar almejar a I Liga, mas sabemos que é tremendamente difícil, com a situação financeira que o clube tem", referiu o dirigente serrano.
Por ter "perdido várias receitas" devido à pandemia, José Mendes considerou ser difícil, neste momento, fazer o orçamento para a próxima temporada, que deverá situar-se "entre os 750 e os 850 mil euros".
Sobre rumores da entrada de eventuais investidores no clube, José Mendes rejeita essa possibilidade.
"Não é nossa intenção deixar, para já, entrar aqui nenhum investidor. O clube tem uma mística que ainda assenta no associativismo e não nos vemos a vender rigorosamente nada do clube nem a fazer uma SAD", vincou José Mendes.
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