Em conferência de imprensa, em frente ao Estádio Santos Pinto, casa do emblema da II Liga de futebol, Nuno Pinto, o porta-voz dos “mais de 100 associados”, manifestou “indignação e estupefação” pelos argumentos invocados pelo presidente da Mesa da assembleia geral (MAG), Jorge Gomes, para não marcar a reunião magna.
No comunicado tornado público, o presidente da MAG limitou-se a justificar a decisão com o argumento de que o pedido não cumpria “todos os requisitos”, mas, segundo Nuno Pinto, numa conversa telefónica, Jorge Gomes terá explicado que algumas das 107 assinaturas não estavam conforme, sem adiantar quantas nem quais.
“Os sócios aqui representados não aceitam as justificações vagas e abstratas dadas pelo presidente da assembleia geral para a não marcação da mesma”, sublinhou Nuno Pinto, na presença de cerca de 30 associados.
O representante do grupo que pediu a marcação de uma reunião magna que tenha como ponto único votar a revogação da criação de uma Sociedade Anónima Desportiva (SAD), decidida em 29 de dezembro, adiantou que “em defesa da transparência e democracia interna do clube, os sócios não encerram este processo de requerimento”.
“Exigimos saber quais os sócios que não cumpriam os pressupostos para a sua convocação, para que a cada um lhe assista o direito de se defender”, frisou Nuno Pinto, acrescentando que o número de assinaturas válidas será entregue.
O porta-voz reforçou ser intenção dos sócios a que dá rosto não abdicarem “da sua responsabilidade na construção do futuro da instituição e vão requerer novamente a marcação da assembleia geral para votar a revogação da transformação da Sociedade Desportiva Unipessoal por Quotas (SDUQ) numa Sociedade Anónima Desportiva (SAD).
Nuno Pinto lamentou ainda que “um pedido feito por mais de uma centena de associados seja menosprezado sem qualquer justificação plausível” e vincou a vontade de os sócios “continuarem com este processo” e exigirem do presidente da MAG uma resposta “clara e inequívoca”.
Sobre a providência cautelar interposta por dois sócios com vista a suspender a decisão da criação de uma SAD nos moldes em que a proposta foi votada, ainda a aguardar a decisão do Tribunal Central Cível de Castelo Branco, o porta-voz deste grupo de associados afirmou, em declarações à comunicação social, serem assuntos distintos.
“A providência cautelar é um processo e este pedido de assembleia geral é outro assunto. Não queremos que se confundam”, enfatizou, durante a conferência de imprensa em frente ao estádio serrano.
Nuno Pinto sublinhou “a forma surpreendente, ou talvez não”, como 24 horas depois de o pedido do grupo para a realização da assembleia geral extraordinária ter sido rejeitada, a direção do clube ter anunciado a solicitação de uma reunião magna, “sem se conhecer a data nem a ordem de trabalhos”, questionando o propósito, fundamento e urgência desta eventual convocatória.
“A única coisa que sabemos é que se for para apresentar uma assembleia geral que esvazie de conteúdo a nossa, ou o propósito da nossa, estamos cientes do que fazemos”, referiu Nuno Pinto, referindo que antes dessa iniciativa da direção, dia 16, o grupo de sócios já tinha em 31 de janeiro feito o pedido para uma sessão extraordinária com um único ponto na ordem de trabalhos.
Os sócios do Sporting da Covilhã, único detentor da SDUQ, votaram, em assembleia geral, a criação de uma SAD, proposta aprovada com 67 votos a favor, seis abstenções e 27 votos contra dos sócios presentes, num ato eleitoral de braço no ar.
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