Um grupo de sócios do Sporting da Covilhã, da II Liga de futebol, entregou hoje um requerimento a pedir a marcação de uma assembleia geral extraordinária para votar a revogação da criação de uma Sociedade Anónima Desportiva (SAD).
O documento, com as mais de cem assinaturas necessárias para o efeito, foi entregue ao presidente da Mesa da assembleia geral do clube serrano, Jorge Gomes.
Segundo o representante do grupo, Nuno Pinto, o requerimento indica que a convocação da reunião magna terá como ponto único “a revogação da deliberação tomada no passado dia 29 de dezembro, referente à transformação da Sociedade Desportiva Unipessoal por Quotas (SDUQ) numa SAD”.
Nuno Pinto salientou que um dos motivos invocados é a “imoralidade do processo”, com a última assembleia geral convocada para o período entre o Natal e o final do ano, “obrigando os sócios a tomar uma decisão estruturante” em pouco tempo.
O grupo de sócios também alega “ilegalidade na votação”, por entenderem existir incompatibilidade das decisões tomadas em relação à convocatória.
O porta-voz dos mais de cem associados serranos menciona ainda a “latente falta de aprofundamento da discussão interna dos sócios”.
“A perversão da constituição e posterior venda de 80% da SAD sem se saber a quem, por que valor e de que forma”, são outros argumento referido por Nuno Pinto, para quem “um património estrutural do clube, tal como o é a sua equipa de futebol profissional, não pode ser assim vilipendiado”.
O representante dos sócios que contestam os moldes em que foi votada a criação de uma SAD nos ‘leões da serra’ invoca ainda “a atual discussão pública promovida pelo Governo sobre o novo regime jurídico das sociedades desportivas, nomeadamente a sociedades por quotas com mais sócios”.
Nuno Pinto acrescentou que foi solicitada a votação secreta, rejeitada em 29 de dezembro, “ficando salvaguardado desta forma a independência e democracia da tomada de decisão”.
Os sócios do Sporting da Covilhã, único detentor da SDUQ, votaram, em assembleia geral, a criação de uma SAD, proposta da direção aprovada com 67 votos a favor, seis abstenções e 27 votos contra dos sócios presentes, num ato eleitoral de braço no ar.
O grupo promotor do requerimento tem a expectativa de que a reunião magna extraordinária possa ser marcada, depois de cumpridos os normativos legais, para 17 de fevereiro, segundo foi adiantado à agência Lusa.
Em 06 de janeiro a decisão já tinha sido contestada judicialmente, quando dois sócios, Hugo Duarte e Paulo Ribeiro, este último vice-presidente do Conselho Fiscal e Disciplinar do emblema serrano, interpuseram uma providência cautelar no Tribunal Central Cível de Castelo Branco, com o objetivo de suspender a decisão da criação de uma SAD na circunstância em que a proposta foi votada.
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