O presidente do Santa Clara, Rui Cordeiro, admitiu que está a ponderar" deixar o cargo de presidente do clube da II Liga de futebol, lugar que ocupa desde junho de 2015.

"Não anunciei que vou deixar o cargo, o que anunciei é que terminamos o nosso mandato de consciência tranquila e realmente tenho de ponderar, de acordo com minha vida pessoal e profissional, se continuarei como presidente do Clube Desportivo Santa Clara", afirmou aos jornalistas após uma assembleia geral para aprovação de contas de 2016/2017, que decorreu esta sexta-feira à noite, na sede do clube em Ponta Delgada.

O presidente do Santa Clara e da SAD ‘encarnada’, o único clube açoriano que marca presença na II Liga de futebol, pretende ainda antes de abandonar a presidência, colocar o clube no escalão mais alto do futebol português.

"A ideia que eu tenho é de deixar o Santa Clara na primeira divisão, acabar o processo de reestruturação (da dívida) e acima de tudo devolver a credibilidade, devolver a dignidade ao clube, e acho que isto foi cumprido neste mandato, é o que fica. Neste momento eu sinto, de certa maneira, que a grande parte, senão a totalidade, da missão desta direção já se encontra cumprida", sublinhou.

Rui Cordeiro admitiu que "foram três anos muito difíceis, de muita luta", considerando que deixou um legado de trabalho na instituição.

"O Santa Clara tem neste momento o que não teve nos últimos dez anos, fisco em dia, segurança social em dia, fundo de garantia salarial em dia, com o [banco] Santander a dívida praticamente reestruturada, tem credibilidade social, credibilidade politica, na Liga, na Federação Portuguesa de Futebol, unimos os clubes da região em volta do Santa Clara, requalificámos a sede, muito foi conseguido em três anos", lembrou.

Questionado pelos jornalistas acerca do perfil do "futuro presidente", Rui Cordeiro considerou que precisa de "ter humildade e resiliência" e perceber "que acima de tudo, de qualquer pessoa ou interesse, está o Santa Clara".

"As pessoas não fazem os lugares, as pessoas servem os lugares, as pessoas são eleitas para os lugares e eu fui eleito com um objetivo: devolver a credibilidade, sanear financeiramente o clube, reaproximá-lo do Governo (Regional dos Açores) e devolvê-lo aos santaclarenses. As instituições estão acima das pessoas, o Santa Clara é dos sócios, dos açorianos, o Santa Clara é uma marca da Região, não é do Rui Cordeiro tal como não era do Mário Batista (ex-presidente)", assegurou.

O relatório e contas da época 2016/2017 mereceu a aprovação por maioria, com 25 votos a favor e duas abstenções, com um prejuízo de 67 mil euros, a 30 de junho de 2017, tendo o clube a essa data um passivo total de quase 8,6 milhões de euros.