O presidente do Belenenses, Patrick Morais de Carvalho, lamentou na sexta-feira a descida da equipa à Liga 3 de futebol, na sequência da derrota frente ao Benfica B (2-3), e considerou fundamental dotar o clube de maior apoio financeiro.
Em declarações à agência Lusa, Patrick Morais de Carvalho afirmou que este é um “momento de grande tristeza” e que lhe compete assumir a responsabilidade pela descida de divisão.
“Enquanto presidente, quero que as vitórias sejam dos jogadores, das equipas técnicas, do staff e dos adeptos. As derrotas são do presidente e da direção. Quero pedir desculpa a todos por esta descida”, afirmou.
Com um dos orçamentos mais reduzidos da II Liga, o líder da formação do Restelo reconhece que também cometeu erros ao longo da temporada que conduziram a este desfecho, mas aconselha a Liga de clubes a ter mais cuidado com a situação financeira das equipas em competição.
“A Liga de clubes tem de atuar. Se quer ter uma ‘liga da verdade’, não podem existir sociedades desportivas que contratam jogadores a que não podem pagar, que têm salários em atraso, que têm dívidas à Segurança Social e à Autoridade Tributária”, alertou.
Em relação ao futuro, Patrick Morais de Carvalho considera que se o Belenenses quer chegar à I Liga, em que atuou pela última vez em 2017/18, tem de ter uma maior capacidade financeira.
“Internamente estamos a trabalhar em planos para a próxima época. Agora, será tempo de fazer um balanço final. O Belenenses vai ter de ter uma discussão interna profunda sobre o modelo para chegar à I Liga. Se teremos ou não de transformar a SDUQ numa SAD. Teremos de encontrar um plano B para que se possam encontrar investidores minoritários, ficando sempre o Belenenses com a maioria da SAD”, frisou à Lusa.
Este ‘pensar sobre o futuro’ foi precisamente um dos pontos abordados pelo treinador Mariano Barreto no final do jogo com o Benfica B.
“Este grande clube tem de saber ler os sinais desta época e preparar-se para o futuro. De forma sustentada chegou nestes últimos anos a uma liga profissional. Depois de hoje, os adeptos saem tristes, como nós saímos. Os meus jogadores ainda estão a chorar no balneário. Agora há que levantar a cabeça. Esta equipa, que todos já tinham sentenciado há muito tempo, fez acreditar que era possível. E é este ‘acreditar’ que tem de ser focado. A direção tem de preparar o futuro”, afirmou Mariano Barreto.
Antes do encontro de sexta-feira, a atual equipa técnica tinha somado 11 pontos em nove jogos. Aritmeticamente tinha uma média de 1,22 pontos por encontro, contra os 0,65 das duas anteriores (15 pontos em 23 partidas).
Questionado sobre o curto espaço temporal que teve para salvar o Belenenses da descida, Mariano Barreto foi claro.
“Essas contas são reais. É um facto. Até poderia utilizar esses números para arranjar uma desculpa. Para mim, o que conta é que não conseguimos. Nós não tivemos tempo. Qualquer erro foi fatal. Estivemos muito perto do objetivo. Não conseguimos melhorar o passado. A história deste clube merece que todos tenham compreensão”, defendeu, sem dar garantias sobre a sua continuidade no comando do Belenenses para a próxima temporada, no terceiro escalão.
Depois de cinco épocas consecutivas a subir de divisão, ascendendo do segundo escalão dos distritais de Lisboa à II Liga, o Belenenses foi relegado à Liga 3 na sexta-feira, depois da derrota caseira, por 3-2, com o Benfica B, que faz com que os ‘azuis’ acompanhem o Länk Vilaverdense, entretanto também ‘condenado’, na despromoção.
Com uma ronda por disputar, o emblema lisboeta está em 17.º e penúltimo lugar, com 26 pontos, a quatro do Feirense, a primeira formação acima da ‘linha de água’, em 16.º e em posto de play-off, e que só joga no sábado.
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