O segundo Plano Especial de Revitalização (PER) do Santa Clara, da II Liga de futebol, foi aprovado por maioria dos credores, sendo que se prevê o pagamento de um total de 8,3 milhões de euros até 2040.
Segundo fonte próxima do clube, o PER foi aprovado com votos favoráveis de "99,9% dos credores", num prazo estipulado pelo administrador judicial provisório para "apreciação e votação" que terminou às 00:00 horas de quarta-feira.
O novo PER do Clube Desportivo Santa Clara, a que a agência Lusa teve acesso, prevê o pagamento entre os 12 e os 20 anos, consoante os credores, sendo que "os credores públicos" serão os primeiros a receber.
Assim, a entidade tributária receberá cerca de 1,1 milhão de euros e o fundo de acidentes de trabalho cerca de 300 mil euros até 2029. Os ex-trabalhadores também são dos primeiros a receber, num prazo de 12 anos e meio, num total de cerca de 135 mil euros de dívida.
O prazo estende-se até 2039 para o maior credor do Santa Clara, o Santander Totta, a quem o clube pediu uma carência de dois anos para começar a amortizar duas dívidas, uma de cerca de três milhões de euros, que foi transmitida à SAD ‘encarnada’, e outra de 1,3 milhões de euros. A soma dos dois montantes perfaz mais de 50% do total do passivo do clube, avaliado em 8,3 milhões de euros.
O clube açoriano vai levar até 2040 para pagar aos "fornecedores correntes, de materiais e serviços", que têm a haver quase 500 mil euros, e aos "créditos subordinados", onde se incluí a SAD ‘encarnada’ e Mário Batista, ex-presidente do clube e da SAD do Santa Clara.
Para pagamento de créditos subordinados, o clube pediu "a carência de capital durante três anos" e o "perdão de 50% de capital mais juros vencidos e vincendos" de uma dívida de cerca de 2,1 milhões de euros.
Este é já o segundo PER do Santa Clara, depois do primeiro, pedido em 2014, ter entrado em incumprimento passados poucos meses. O clube justifica este novo PER com a "necessidade de reequilibrar económica e financeira o universo do Santa Clara".
No documento lê-se ainda que um dos objetivos também é "a satisfação dos credores, deixando-os numa situação bem mais vantajosa do que ficariam num cenário de liquidação e encerramento do clube".
O PER precisa agora de ser homologado pelo Tribunal de Ponta Delgada para poder entrar em vigor a partir de julho deste ano.
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