Os sócios do Nacional aprovaram na passada segunda-feira em Assembleia Geral (AG) extraordinária a possibilidade de alienação do capital social da Sociedade Anónima Desportiva até ao limite legal, proposta pela direção do clube madeirense apesar dos protestos.
“As assembleias gerais são marcadas por uma parte efetiva muito grande, a parte emocional. A racionalidade das grandes questões, é difícil. Se eu pensar unicamente como sócio do Nacional, não tenho responsabilidade, mas enquanto responsável, é pensar na sustentabilidade futura do clube. Neste momento as condições são difíceis”, disse o presidente dos ‘alvinegros’, Rui Alves, no fim da reunião magna, que teve lugar no Estádio da Madeira.
O único ponto presente na ordem de trabalhos da AG, “atribuir poderes à direção de alienar o capital social detido direta e indiretamente pelo clube no Clube Desportivo Nacional, Futebol SAD até ao limite permitido por lei”, foi aprovado com 32 votos a favor, tendo registando ainda 31 contra e uma abstenção.
“Quem contou os votos não contou com a Mesa da AG, que também são sócios e têm direito a voto e, portanto, tinha excluído os membros da mesa e ao adicionar foi reparado [o erro]”, explicou o dirigente ao leme do clube madeirense há 29 anos, quando confrontado pela comunicação social sobre o sucedido
Questionado sobre a existência de possíveis investidores para a SAD, o presidente nacionalista admitiu que “já houve abordagens, mas que nunca passaram para a fase seguinte, exatamente, pela inexistência de poderes para”, lembrando que “dá muito trabalho e custa muito dinheiro avaliar uma empresa”.
“Isto é só para proteger a instituição de uma hipótese de solução que tenha de aparecer. Não existe absolutamente nada. A instituição a partir deste momento está em condições de ouvir e tomar decisões sobre isso”, frisou Rui Alves, enfatizando que, “infelizmente, alguns sócios continuam a brincar com o valor máximo que é a instituição, porque não têm responsabilidade nenhuma”.
Rui Alves admitiu sentir a sua liderança contestada “há muito tempo”, deixando transparecer que poderia abandonar o cargo se esta votação lhe fosse desfavorável.
“A instituição é que ganhou, porque o que se ia passar a seguir, se a votação fosse ao contrário, esses senhores é que iam tomar conta disto”, concluiu.
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