O futebolista Jorge Ribeiro, alvo de um processo disciplinar no Farense, rejeitou hoje que tenha agredido André Geraldes e anunciou que vai apresentar uma queixa-crime contra o dirigente do clube da II Liga de futebol.
O internacional português, que representava os algarvios pela terceira época consecutiva, informou que vai apresentar queixa-crime contra o diretor-executivo da Farense SAD - que acusou de ter ameaçado a sua família -, por ameaça, difamação e calúnia.
"Sei que o ataque pessoal de que fui vítima não reflete o sentimento de todos quantos trabalharam comigo ao longo dos últimos anos e irei recorrer a todos os meios legais à minha disposição para repor a verdade e exigir responsabilidade de quem denegriu o meu bom-nome e reputação, em especial o senhor André Geraldes, por todos os danos que me causou e continua a causar", resumiu o jogador, em conferência de imprensa, em Faro.
Ladeado pelo presidente do Sindicato dos Jogadores, Joaquim Evangelista, Jorge Ribeiro recordou que, numa fase em que a renovação do seu contrato estava "bem encaminhada", começou a sentir da parte de André Geraldes "algum desconforto e ressentimento".
O jogador, de 37 anos, acrescentou que na semana antecedente à última jornada da II Liga, frente ao Académico de Viseu, foi "surpreendido" por um telefonema de um membro da SAD, que lhe transmitiu que André Geraldes teria dito à administração da sociedade que na segunda-feira, depois do jogo, iria “despedir o Jorge Ribeiro".
O futebolista pediu uma reunião ao presidente da SAD, João Rodrigues, para esclarecer a situação, mas devido à indisponibilidade deste reuniu-se no dia 16 de maio, apenas com André Geraldes, confrontando o dirigente com essa informação.
"Reagiu de forma agressiva e prepotente, afirmando que o poderia fazer como bem entendesse, para de seguida associar a minha família à discussão, dizendo para tomar cuidado como falava, pois sabia onde morava, que tenho uma mulher grávida e filhos", afirmou Jorge Ribeiro.
Emocionado com o relato da situação, o jogador confirmou que ficou exaltado, por "não admitir ameaças à família e que pusessem em causa" o seu profissionalismo, mas garantiu que "em nenhum momento" teve qualquer contacto físico com o dirigente.
"Virei costas e saí do local, repudiando em absoluto que tenha havido qualquer tipo de agressão física. Se as autoridades foram chamadas ao local, desconheço. Se tal aconteceu, foi após a minha saída", acrescentou.
Jorge Ribeiro revelou ainda que, no dia seguinte, foi impedido de entrar nas instalações da SAD por seguranças, a quem pediu, sem sucesso, um documento que confirmasse esse impedimento, tendo a GNR tomado conta da ocorrência.
"Desejo ao Farense toda a sorte do mundo, orgulhoso do meu percurso profissional, em especial neste clube, não só pelos 92 jogos e 20 golos, mas pelo muito que vivi, ao contrário de outros, com uma passagem oportunista pelo desporto", concluiu o futebolista.
O presidente do Sindicato dos Jogadores lamentou o episódio, além do que "está a acontecer no Arouca e no Nacional" e salientou que "este tipo de dirigentes continuam a marcar o futebol português pela negativa, entendendo que vale tudo para atingir os seus fins e têm um ego maior do que os jogadores".
Confrontado com a acusação, o diretor-executivo da SAD remeteu esclarecimentos para um futuro comunicado.
Fonte próxima de André Geraldes, contactada pela agência Lusa, rejeitou a acusação e garantiu que o dirigente está tranquilo, por ter sete testemunhas que presenciaram toda a situação e que poderão confirmar a sua versão.
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