A quarta derrota seguida do FC Porto B na Segunda Liga não caiu bem em António Folha. O treinador da jovem equipa azul e branca deixou críticas aos seus jogadores, numa altura de grande instabilidade, segundo o próprio assumiu.
"Há intranquilidade na equipa, por experiência própria sei que esta fase de janeiro é terrível para os jovens. Há muito burburinho e isso desestabiliza. A equipa tem estado muito instável, os jogadores querem subir patamares e tem sido difícil gerir isso. Enquanto as coisas não estiverem decididas, seja para ficarem ou saírem, têm de ser os melhores profissionais. Nesta fase há tendência para se mostrar que se tem capacidade para ir para aqui, para ali, para o Real Madrid, mas é muita conversa e acontece pouco. De promessas está o mundo cheio, de ações é que é mais difícil", disse o técnico à Sport TV, após a derrota por 3-0 com o Paços de Ferreira.
Na sua intervenção, António Folha exigiu foco máximo aos seus jogadores, recordando-lhes que o primeiro objetivo dos mesmos deve ser a equipa A.
"Tenho jogadores na equipa B que, para além de serem cobiçados na 1.º Liga, também têm equipas lá fora a dar muito dinheiro por eles. Isso prejudica, mas têm de perceber que estão na equipa B do FC Porto e a preocupação deles tem de ser trabalhar todos os dias para chegar à equipa A. Se não chegarem mas deram tudo, paciência, há outros caminhos, mas têm de ter respeito para com o clube que os forma e lhes dá todas as condições. Têm de estar focados em chegar à equipa A e deixar esses burburinhos", comentou.
O treinador avisou os jogadores que não podem "embandeirar em arco" e pensar que têm "tudo nas mãos, mil e um clubes e nada acontece":
"Primeiro é preciso ter respeito pela entidade que os forma, que aposta neles e que lhes dá todas as condições para chegar à equipa A. Esse é o principal objetivo. É nisso em que têm de estar focados, não em mais nada. E deixar esses burburinhos e possíveis interesses de mil e um clubes, porque são do FC Porto, estão no FC Porto e é para jogar no FC Porto", recordou.
Sobre o jogo com o Paços de Ferreira, Folha fez a seguinte análise.
"Hoje não gostei nada da minha equipa. Não tirando mérito do Paços [de Ferreira], que ganhou e bem, mas também, como disse o treinador do Paços, de que somos uma boa equipa, sentiu que hoje não foi a equipa que, se calhar, estava habituado a ver. E não foi. Não fomos coletivamente fortes, jogámos de forma anárquica e individual, e quando assim é, as coisas não resultam. Nesta fase a tendência é a de tentar mostrar que têm qualidade para ir para aqui ou para o Real Madrid, mas eles ainda são muito novos e têm de ter os pés bem assentes no chão, porque hoje em dia fala-se muito e acontece pouco. E como treinadores experientes que somos, temos de andar aqui com um bocadinho de pedagogia para lhes fazer perceber que de promessas está o mundo cheio. Ações é que é mais difícil", concluiu.
O Paços de Ferreira venceu o FC Porto B por 3-0, na 16.ª jornada da Segunda Liga. Os castores, que tem mais um jogo, subiram ao 8.º lugar, com 22 pontos, os mesmos do Académico de Viseu. O FC Porto B somou a quarta derrota seguida na prova, o que deixa a equipa no 10.º posto com 21 pontos.
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