O Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol lançou esta quarta-feira o estudo demográfico dos futebolistas utilizados na primeira metade da temporada 2023/24, nas duas ligas profissionais.
O estudo demonstram que há uma maioria de jogadores estrangeiros na Primeira Liga e de portugueses no segundo escalão. Na principal Liga do futebol português foram utilizados, em média, 283 jogadores por jornada, dos quais 161 estrangeiros (57%) e 122 portugueses (43%).
Na Liga 2, foram utilizados em média 282 jogadores por jornada, 152 dos quais portugueses (54%) e 130 estrangeiros (46%). Ainda no segundo escalão, a faixa etária mais representada é a inferior a 23 anos (41%), seguida pelos jogadores entre 24 e 28 anos (36%) e pelos futebolistas com mais de 29 anos (23%).
O Penafiel é a equipa mais portuguesa (14 jogadores por jornada) e o Torreense a formação mais estrangeira (média de 11 jogadores por jornada). Além do Penafiel, o FC Porto B, o Belenenses, o Benfica B, a União de Leiria, o Länk Vilaverdense, o Feirense, o Tondela e o Paços de Ferreira utilizaram maioritariamente jogadores portugueses. Oliveirense e AVS têm o mesmo número de portugueses e estrangeiros e as restantes equipas recorreram, sobretudo, a futebolistas de outros países.
O presidente do Sindicato dos Jogadores, Joaquim Evangelista, destaca a importância desta análise.
"O estudo de utilização é um dos levantamentos mais antigos que o Sindicato dos Jogadores realiza e tem-nos permitido avaliar a aposta dos clubes em jogadores nacionais. Enquanto país formador e capaz de potenciar o talento que resulta da formação, interessa-nos conhecer os dados e cruzá-los com os diversos parâmetros de avaliação. Este é um dos objetivos principais do estudo. Servir de base a outros projetos de investigação, que possam ser desenvolvidos nesta área, e contribuir para a definição das estratégias que melhor servem o futebol português", disse o dirigente, ao site oficial do Sindicato.
Hélder Cristóvão, o treinador da equipa mais portuguesa da Segunda Liga 2, justifica o porquê desta aposta.
"Acreditamos muito no jogador português, no seu valor e na sua competência. É sempre mais fácil trazer uma metodologia com a qual o jogador já se identifica, numa competição tão difícil como é a Segunda Liga. Se somos um país que tem conseguido vender tantos jogadores para fora, porque é que nós não podíamos também olhar para dentro? Tendo cá esses jogadores, nós tentamos potenciá-los e é isso que temos feito", apontou o técnico dos penafidelenses.
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