O avançado Edinho disse que está pronto para marcar o golo da manutenção do Cova da Piedade na II Liga portuguesa de futebol e ambiciona terminar a carreira na I Liga, dentro de dois anos.
Em entrevista à agência Lusa, na semana em que voltou a jogar numa partida oficial, após mais de seis meses de recuperação de uma fratura da tíbia e perónio da perna esquerda, o internacional português frisou que nunca duvidou que iria recuperar, mas admitiu que a idade, 38 anos, é um fator de desconfiança para os clubes do patamar superior.
“Toda a gente diz que ‘o veterano Edinho está recuperado’, mas vejo outros jogadores com a mesma idade ou até mais velhos e dizem ‘o experiente jogador’. Faz parte. A minha vontade, sinceramente, era voltar para a I Liga e terminar em dois anos”, assumiu.
O avançado garantiu, no entanto, que por ter “os pés bem assentes na terra” sabe que, após seis meses de recuperação, “se já não era fácil antes, agora é muito mais difícil”, mas não perdeu a esperança de que esse regresso “pode acontecer”.
“Que eu me sinto capaz e, sem sombra de dúvidas, tenho qualidade para estar na I Liga, disso não tenho dúvidas nenhumas. Sei do que sou capaz e que posso ainda oferecer à I Liga. Resta saber se os clubes têm a coragem de contratar um jogador de 38 anos”, desabafou o avançado.
No domingo, na receção do Cova da Piedade ao Vizela, que terminou empatada 1-1, o avançado entrou já no período de descontos da segunda parte e cumpriu os primeiros quatro minutos após a recuperação.
Neste momento, tem a noção de que estará “a 70%” das suas capacidades, mas, garante, esse valor permite-lhe “querer fazer três golos, no mínimo”, nos dois encontros que faltam disputar esta época, na II Liga, ao Cova da Piedade.
“É essa a minha meta: voltar rapidamente aos golos, sentir o gosto de voltar a fazer golo e ajudar a equipa. Há uns meses atrás eu brincava com o pessoal e disse: ‘malta, calma que eu vou voltar para fazer o golo da manutenção’. Vamos ver se não acontece”, apontou.
Sobre o longo período de recuperação, Edinho garantiu que não teve dúvidas de que iria voltar aos relvados, mas admitiu que “às vezes vinha aquela ansiedade de querer começar a treinar com os colegas”.
“A confiança estava lá sempre, porque tinha a melhor pessoa em termos de recuperação, que era o [António] Gaspar e a Patrícia [Mendes], a quem devo muito. No Norte tinha o Diogo Cardoso, que é uma pessoa que trabalha comigo há muitos anos. Depois o Rogério [Correia] e o Vítor [Arrifes], aqui no Cova da Piedade, que foram incansáveis”, agradeceu Edinho.
Segundo o avançado, no entanto, essas foram “as únicas pessoas, além da família”, que estiveram sempre consigo e a dar-lhe apoio, uma vez que a administração da SAD do Cova da Piedade “nunca esteve” a seu lado.
“Guardo alguma mágoa por causa disso, porque da parte do clube não tive apoio nenhum. Os próprios pagamentos [dos tratamentos] fui eu que fiz, até hoje não vi um euro. Mas cada um sabe de si. Aquilo que fiz foi recuperar bem e o mais rápido possível, para ajudar a equipa, e isso foi conseguido. Agora, fica na consciência deles, a maneira de agiram com os seus jogadores”, lamentou o avançado do Cova da Piedade.
O internacional português Edinho contraiu uma lesão grave (fratura da tíbia e perónio da perna esquerda) no encontro da 2.ª eliminatória da Taça de Portugal, frente ao GRAP, em 11 de outubro de 2020, e voltou a jogar oficialmente no domingo, no empate (1-1) do Cova da Piedade, em casa, frente ao Vizela.
O clube da margem sul do Tejo está envolvido na luta pela manutenção na II Liga portuguesa de futebol, objetivo que pode conseguir no sábado, na penúltima jornada, se conseguir pelo menos um empate no terreno do Vilafranquense.
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