O futebolista português Feliciano anunciou a rescisão unilateral com o Fátima, devido a salários em atraso, e disse sentir que foi «completamente enganado» ao assinar pelo clube no início da época.
«Inicialmente vim para cá porque o projeto era agradável e ambicioso. Fui completamente enganado: não me pagam», disse o avançado, de 32 anos, em declarações ao Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF).
Feliciano, que já passou por clubes como o Desportivo de Chaves, Leixões, Gondomar ou Santa Clara, entendeu que a opção era sair por não existirem condições de continuidade, numa situação que se tem vindo a arrastar.
No início de dezembro os futebolistas do Fátima, clube do Campeonato Nacional de Seniores, reuniram-se no SJPF e apelaram a mais apoio da Federação e da Câmara de Ourém, numa situação em que o clube não paga ordenados desde o início da temporada.
Na ocasião, os jogadores revelaram que a direção lhes sugeriu que procurassem clube, face à situação de salários em atraso.
A situação financeira do clube leva a que muitos dos jogadores do CD Fátima não tenham ainda recebido qualquer salário desde o início da temporada, enquanto outros receberam apenas um.
Todo o caso levou a que o Sindicato de jogadores acionasse o fundo de garantia salarial, com a ajuda da FPF, mas o mesmo é insuficiente.
Na reunião com o plantel, em dezembro, Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato, deixou críticas à direção do Fátima e a Sérgio Frias, o presidente do clube, dizendo não aceitar que se lavem as mãos e não se assumam responsabilidades.
«No Fátima foi constituída uma SAD, com um investidor brasileiro, com 90 por cento do capital e 10 no clube. Investidor esse que não trouxe o capital proposto, abandonou e parece que a culpa morre solteira», disse, na ocasião.