O Sporting já confirmou em comunicado enviado à CMVM que William Carvalho, Gelson Martins e Bruno Fernandes entregaram o pedido de rescisão unilateral do contrato por justa causa.
A SAD 'leonina' diz que recebeu hoje, por ‘e-mail’, documentos assinados pelos três internacionais portugueses a comunicarem "a resolução do seu contrato de trabalho desportivo, com invocação de justa causa".
"A referida comunicação, os seus efeitos e consequências estão a ser objeto de análise", conclui a sociedade que gere o futebol profissional do Sporting, em cada uma das três informações prestadas ao mercado.
A notícia começou por ser avançada pelo jornal Record, publicação que garante que as cartas de rescisão já seguiram para a Federação Portuguesa de Futebol, Liga de Clubes e Sindicato dos Jogadores.
Os três jogadores juntam-se assim a Rui Patrício e Daniel Podence, que também apresentaram pedido de rescisão unilateral com o emblema 'leonino'.
A decisão de William, Gelson e Bruno Fernandes, três dos principais ativos do clube, surge um dia após Bruno de Carvalho escrever no Facebook, dirigindo-se aos jogadores, que "se querem chantagear com rescisões, rescindam já, pois nunca vos será dada razão".
Recorde-se que que o prazo legal para as rescisões por justa causa termina esta quinta-feira, 30 dias após as agressões em Alcochete (15 de maio), que estará na base destes pedidos de rescisão.
A crise no Sporting teve origem na perda do segundo lugar do campeonato, na última jornada, para o Benfica e acentuou-se dias depois, em 15 de maio, quando cerca de 40 pessoas encapuzadas invadiram a Academia do Sporting, em Alcochete, e agrediram alguns futebolistas e elementos da equipa técnica, com a GNR a deter 27 dos atacantes, que ficaram em prisão preventiva.
Entre estes detidos, que ficaram em prisão preventiva, estão Fernando Mendes, ex-líder de claque Juventude Leonina, e o condutor do BMW azul que no dia das agressões entrou nas instalações da Academia do Sporting em Alcochete e retirou alguns dos alegados agressores.
Na sequência destes incidentes, os futebolistas Rui Patrício e Daniel Podence apresentaram a rescisão por justa causa, enquanto o treinador Jorge Jesus rescindiu por mútuo acordo para assinar pelos árabes do Al Hilal. Bruno de Carvalho anunciado inclusivamente que avançou com processos crime contra ambos os jogadores.
No âmbito de uma investigação do Ministério Público sobre alegados atos de tentativa de viciação de resultados em jogos de andebol e futebol, tendo como objetivo o favorecimento do Sporting, foram constituídos sete arguidos, incluindo o 'team manager' do clube, André Geraldes.
Na sequência destes acontecimentos, a maioria dos membros da Mesa da Assembleia Geral (MAG) e do Conselho Fiscal e Disciplinar (CFD) e parte da direção apresentaram a sua demissão, defendendo que o presidente Bruno de Carvalho não tinha condições para permanecer no cargo.
Após duas reuniões dos órgãos sociais, o presidente demissionário da MAG, Jaime Marta Soares, marcou uma Assembleia Geral para votar a destituição do Conselho Diretivo (CD), para 23 de junho – sobre a qual foi interposta uma providência cautelar para a sua realização pela MAG que foi indeferida liminarmente pelo Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa - e criou uma comissão de fiscalização para evitar o vazio provocado pela demissão da maioria dos elementos do CFD.
O CD do Sporting decidiu substituir a MAG e respetivo presidente através da criação de uma Comissão Transitória da MAG, que, por sua vez, convocou uma Assembleia Geral Ordinária para o dia 17 de junho, para aprovação do Orçamento da época 2018/19, análise da situação do clube e para esclarecimento aos sócios e convocar uma Assembleia Geral Eleitoral para a MAG e para o CFD para o dia 21 de julho.
*Notícia atualizada às 18h04
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