Foi preciso esperar 90 minutos para ver uma bola a entrar nas redes, mas a crença dos dragões de Sérgio Conceição acabou por se superiorizar à capacidade da equipa de Álvaro Pacheco. O FC Porto deslocou-se ao terreno do Vizela onde bateu a equipa local por 1-0. Marcano apontou o único golo do encontro com um cabeceamento indefensável já aos 90 minutos.
Num duelo sem grandes oportunidades e com muitos sinais negativos para os visitantes, valeu o 'fato macaco' para conseguir os três pontos importantes na luta pelo título.
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Conceição manteve a confiança em Loader e Pacheco trouxe duas novidades
Diz-se que a estabilidade é essencial para as equipas e Sérgio Conceição não teve problema nenhum em deixar de fora Otávio para manter Danny Loader no 11 inicial.
O FC Porto manteve assim exatamente o mesmo sistema tático que tinha apresentado na estreia oficial frente ao Marítimo, com Evanilson e Taremi na frente de ataque mais o apoio de Danny Loader a aparecer por entre a linha ofensiva portista.
Álvaro Pacheco promoveu as entradas de Diego Rosa e Nuno Moreira: dois elementos capazes de trazer algo diferente ao ataque.
Primeira parte: Personalidade e agressividade do Vizela travaram Dragões
Depois de uma homenagem sentida a Chalana, Fábio Veríssimo apitou para aquele que seria uma das visitas mais complicadas do FC Porto no campeonato. Não se pode dizer que os Dragões tenham entrado mal na partida, mas também não se pode dizer que tenham começado bem. O Vizela foi uma equipa que, ao longo dos primeiros 45 minutos, manteve uma grande personalidade e consistência ofensiva e defensiva capaz de travar as ambições portistas.
O guardião vizelense Fabijan Buntic não foi chamado a grandes intervenções numa primeira parte de má memória para Zaidu. Taremi deu o primeiro aviso aos 13 minutos, mas tudo não passou de um cabeceamento facilmente resolvido pela equipa da casa. Evanilson tentou fazer melhor três minutos depois, mas desta vez foi o fora de jogo a travar as ambições do avançado brasileiro.
O jogo tinha esta tendência e no setor defensivo as grandes preocupações vinham com as dificuldades físicas de Zaidu - com uma clara preponderância negativa ao longo dos primeiros 45 minutos. Sérgio Conceição colocou Otávio, Toni Martínez, Veron e Eustáquio em aquecimento, mas as atenções viravam-se para o inconformado Nuno Moreira a criar algum perigo junto de Diogo Costa. Destaque para a dupla oportunidade do extremo português aos 34 e 48 minutos - faltou só melhor pontaria.
Ficava assim uma primeira parte apagada para os visitantes com o Vizela de Álvaro Pacheco em muito bom plano e a criar dificuldades ainda não vistas neste FC Porto.
Segunda parte: Galeno e Marcano a resolverem o assunto
Tal como o final da primeira parte 'prometia', Conceição foi forçado a mexer já no início dos segundos 45 minutos. Veron e Otávio foram chamados à ação com Danny Loader e Uribe a sair de cena. O extremo brasileiro quis logo mostrar-se ao serviço, mas desta vez foi o guardião do Vizela a mostrar o primeiro grande serviço.
Os nervos começavam a tomar conta das hostes portistas e Sérgio Conceição não se livrou de mais um cartão amarelo naquele que era o 300º jogo do técnico na Primeira Liga.
O relógio já apontava para os 62 minutos e o FC Porto voltou a colocar mais duas caras na partida. Eustáquio e Toni Martínez foram chamados ao jogo, acompanhados mais tarde por Galeno que rendeu João Mário. As apostas estavam todas num novo modelo ofensivo para os dragões, mas para os Vizelenses o objetivo era manter a estrutura e apenas refrescar o necessário.
Álvaro Pacheco promoveu a entrada de Francis Cann e começava a notar-se aqueles 20 minutos de sufoco habituais nestes jogos.
As emoções começavam a descontrolar-se e, aos 79 minutos, Taremi ficou a pedir uma grande penalidade por falta de Anderson, mas Fábio Veríssimo nada assinalou.
Um minuto depois, O Vizela promoveu mais duas entradas com Osmajic e Sarmiento a renderem Nuno Moreira e Kiko Bondoso. Eustáquio largou uma bomba aos 82 minutos, mas a muralha vizelense continuava a manter-se intacta.
O jogo começava a ser de sentido único e Galeno esteve perto de resolver tudo para os dragões. Aos 84 minutos, um remate em arco do extremo brasileiro por pouco não bateu Buntic. Uma coisa é certa: tirou mesmo tinta ao poste.
Tudo o que o FC Porto não precisava era de pausas e o Vizela sabia jogar bem com isso. Álvaro Pacheco fez entrar Carlos Isaac e Rashid para travar as últimas investidas azuis e brancas.
Tudo parecia estar controlado, mas Marcano trouxe um rumo totalmente diferente ao resultado. O relógio já apontava para os 90 minutos e o central espanhol atirou de cabeça com precisão para o fundo das redes após assistência de Galeno. Era assim o suspiro de alívio para os adeptos portistas.
Veja o golo
Com este resultado, o FC Porto consegue manter o primeiro lugar do campeonato e o Vizela desce para o nono posto da tabela classificativa.
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