Vítor Bruno foi esta sexta-feira oficializado como o novo treinador do FC Porto. Na tribuna VIP do Estádio do Dragão, o técnico de 41 anos foi apresentado ao lado do presidente André Villas-Boas. Numa primeira intervenção, o treinador prometeu muito trabalho e procurar retribuir a confiança depositada pela direção do clube azul e branco.
Agradecimento a Villas-Boas: "Em primeiro lugar, um agradecimento muito sincero ao presidente. Agradecer a coragem que teve em traçar um caminho que penso que será de total sucesso. Aquilo que lhe posso garantir, é que a coragem que teve, é a mesma que vou devolver em todos os momentos na defesa intransigente dos interesses do FC Porto. A partir daqui, mãos à obra. Lutar, caminhar juntos e procurar o sucesso do FC Porto"
Novo desafio: "Tenho perfeita noção da responsabilidade inerente a um cargo desta natureza, mas ao mesmo tempo tenho uma vontade muito grande de começar a trabalhar, operacionalizar ideias, validar aquilo que perspetivamos para o FC Porto, criando laços com toda a gente. Acredito muito que isso alavanca muito o sucesso de uma organização e esse é um bocadinho o meu perfil. Sei que nem sempre seremos melhores e os mais talentosos, mas no caráter, ambição, paixão pelo trabalho seremos imbatíveis e a encarnar o espírito dos sócios e adeptos do FC Porto. Sei que é uma missão difícil, tenho essa noção, mas é uma missão que quero viver e quero muito ganhar", disse o treinador.
Rotura com Sérgio Conceição: "Podemos olhar para isso como elefante ou formiga [na sala]. Devo dizer que não me sinto nada confortável em relação a esse assunto. Passei uma semana de sofrimento, de grande angústia, e não quero nada alimentar este circo mediático. Fiz o que tinha a fazer no momento próprio e remeto tudo o que tenho a dizer para o que foi lançado em comunicado. Começaram a criar uma novela com capítulos a mais para o guião da verdade. Tenho a minha paz interior garantida, adormeço todos os dias sob o aplauso da minha consciência. Para mim é um não assunto. Tenho muito onde me focar pelo futuro do FC Porto e é isso que quero fazer", afirmou Vítor Bruno.
Decisão de ser treinador principal: "Tenho esta decisão pensada, foi maturando ao longo da época e fui muito aconselhado pelo meu pai, que é um senhor de futebol e aquela pessoa a quem recorro. A carreira dele foi construída também nestes moldes e quis tentar perceber qual o sentimento que ele tinha, sabendo eu que já tinha presente dentro de mim o que queria fazer. Percebo a pergunta, mas neste momento isso é um não assunto. Quero canalizar a minha energia para aquilo que tenho pela frente - e não é pouco"
Francisco Conceição: "Conheço o Francisco desde muito pequeno, tenho uma estima muito grande por ele e graças à forma como trabalha foi construindo a sua carreira. Culminou nesta chamada à Seleção. Vai ser tratado como qualquer outro elemento do plantel, nenhum jogador pode estar acima dos interesses de um clube com a dimensão do FC Porto. Já que fala no Francisco, permita-me desejar-lhe, a ele, ao Pepe e ao Diogo, a maior sorte na Seleção e que possam só regressar no dia 15. Em relação a Eustáquio, Evanilson, Wendell e Pepê, com algum egoísmo da minha parte, desejo que regressem rapidamente. São demasiado importantes e têm de estar connosco"
Restante plantel: "Para ser honesto, todo esse desgaste foi acontecendo de forma natural. Sabemos como vivemos tudo, de forma muito intensa, e em nenhum momento se levantou a questão do desgaste para fora. Era algo que já era visível, que foi partilhado entre mim e o Sérgio na altura a poucos dias do final da época. Tenho a certeza que os jogadores me conhecem, e têm sempre a capacidade de perceber quem está diante deles, perceber os comportamentos e valores, ver quem os lidera num papel secundário. Sempre me comportei com verdade, autenticidade, a tentar garantir o máximo de sucesso para o clube. Não vou mudar aquilo que sou só por estar num cargo superior, sou fiel ao que sempre me ensinaram de berço, valores dos quais não abdico. Terei um papel diferente sobretudo na tomada de decisão, mas mesmo essas serão sempre com total congruência, sendo o mais justo possível. Essa é sempre a vida do treinador e não tenho como fugir a isso. Acho que está muito claro na cabeça dos jogadores o que represento, o que sou, e isso deixa-me perfeitamente apaziguado"
Agradecimento a Sérgio Conceição: "Podia fugir ao tema, mas dói-me falar de tudo isto. Obviamente que deixam marca. Sou muito grato a quem me ajuda, ao Sérgio de uma forma muito clara. Por todo o percurso que fizemos, pelos momentos difíceis que passámos não só no FC Porto, mas também em Olhão, Braga, Coimbra, Nantes, Guimarães. Todos com uma página de sucesso, à exceção do Vitória, onde não corre tão bem. Deixa marca? Deixa. Não guardo rancor a ninguém. Em nenhum momento fugi dos meus valores. Mas espero ter contribuído em alguma parte para o sucesso do Sérgio, é isso que vive comigo"
Pepe: "Sinto-me demasiado pequenino a falar do Pepe. É um símbolo do clube, uma referência para todos nós, com a qual me identifico muito. Encarna na perfeição os valores e desígnios do FC Porto. É uma conversa que terei com o presidente, transmitir a minha sensação, falar com o Pepe e tomar a melhor decisão. É um dossiê complexo e que obriga a perceber até que ponto devemos atuar, sem magoar e melindrar o Pepe. Tenho uma estima muito grande por ele. Partilhou a determinado momento que queria sentir o corpo dele no Europeu para depois tomar uma decisão. Temos de perceber o que sente neste momento, tendo sempre a certeza que é alguém que fará parte sempre da história do FC Porto"
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