Os oito anos que Deco passou no futebol português marcaram o ex-jogador para sempre e o carinho que o brasileiro "adotado" por Portugal tem pelo país faz com que cada regresso "seja um momento de grande felicidade".
"A minha ligação ao Porto não é só ao clube. Tem a ver com a cidade, as pessoas, os grandes amigos que cá tenho, e até pela maioria dos meus filhos terem nascido neste país. Por isso, quando chego a Portugal e ao Porto sinto-me em casa", partilhou o ex-jogador.
Deco alinhou nas últimas épocas da sua carreira futebolística no Fluminense, emblema do Rio de Janeiro, numa decisão que se deveu a motivos pessoais, e que condicionaram um eventual regresso ao FC Porto.
"Acabei por voltar ao futebol brasileiro por questões pessoais, que condicionaram as minhas escolhas. Podia ter voltado ao FC Porto, mas as coisas não caminharam nesse sentido, porque não tive opção", confessou.
Sem opção foi também o fim da carreira, aos 36 anos, com o corpo, mas também a mente, a não permitirem que pudesse prolongar a sua estada pelos relvados.
"Não consigo fazer as coisas mais ou menos, ou faço bem ou não vale a pena. Quando fiquei mais velho, o jogo em si é que me continuava dar prazer, mas os treinos eram cada vez mais difíceis. O tempo que passava longe da família e as consecutivas lesões não deram mais para continuar", afirmou.
O ex-médio ainda pensou "continuar a jogar num outro lugar, com um ritmo menor", mas considerou que "não iria ser feliz e fazer o que gostava".
Agora, na pele de Anderson Luís de Souza, o antigo jogador diz estar "a recuperar o prazer de estar com a família nas férias e nos fins de semana", mas também a reorganizar a sua vida depois de tantos anos apenas dedicado ao futebol.
"Estou a tomar o controlo da minha vida, porque sempre deleguei as coisas. E agora estou a organizar-me e perceber o que quero fazer", disse.
Por enquanto, Deco tem feito alguns trabalhos no campo do agenciamento, com o empresário Jorge Mendes, mas também se tem envolvido em projetos de consultadoria, um desafio que o tem cativado.
"Temos feito um trabalho no Gabão, a ajudar a criar uma liga profissional e um projeto com federação local, para qualificar a seleção para o próximo mundial. Já levámos o Jorge Costa para lá, mas há ainda um trabalho de muita formação a fazer para termos resultados", partilhou.
Certo é que um cargo como treinador não é, por enquanto, algo que seduza Deco.
"Estive muitos anos no futebol, que me deram muita experiência, mas acho que tenho de me formar e aprender para continuar nesta área. Agora começou outra fase da minha vida, e quero estar bem preparado para isso. Não tenho pressa em fazer algo só para dizer que continuo ligado ao futebol", partilhou.
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