Viktor Gyokeres chegou a Portugal como um desconhecido e quando sair (o que não demorará muito) parte como um dos grandes avançados que passou pelo Sporting. O sueco só precisou de uma temporada para mostrar o seu valor, conquistar o coração de Alvalade e ser absolutamente decisivo na conquista de mais um título leonino.

Formado no Brommapojkarna, do seu país natal, mudou-se cedo para Inglaterra onde se desenvolveu nas equipas secundárias do Brighton. Longe do impacto que mais tarde provou que podia ter, precisou de passagens por St. Pauli (Alemanha), Swansea e Coventry até chegar a ponto rebuçado e tirar proveito de todas as características que reúne e que fazem dele o jogador completo e decisivo em que se tornou. Daí rumou a Alvalade e o resto, como se costuma dizer, é história...

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Estávamos a 13 de julho de 2023 quando o Sporting anunciou a contratação de Viktor Gyokeres ao Coventry, da segunda divisão inglesa, por 20 milhões de euros (mais quatro por objetivos), que faziam do sueco o reforço mais caro da história dos leões. O avançado, agora com 25 anos, chegou como um perfeito desconhecido, após uma excelente época no Championship, mas certamente gerou muita desconfiança à chegada.

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O custo elevado e a ideia que veio para Portugal oriundo de um campeonato secundário aumentavam as dúvidas em relação ao então novo ponta de lança dos leões, que ainda não tinha qualquer crédito entre os grandes emblemas europeus. Ainda assim, os 22 golos e 12 assistências que somou nos 50 jogos realizados em 2022/23 eram um belo cartão de visita, que punha a expectativa em alta.

Ruben Amorim já estava um passo à frente, pois sabia perfeitamente o jogador que tinha e Gyokeres não demorou muito a apresentar-se aos adeptos, tendo bisado logo na estreia, que aconteceu na primeira jornada da I Liga contra o Vizela. Há jogadores que não enganam e o sueco foi um desses casos, pois deixou logo bem patente tudo o que viria a acrescentar à equipa: golos, capacidade física, velocidade, profundidade e um sentido de baliza que punha os adversários em sentido sempre que entrava em campo.

Após esta bela apresentação esteve três jogos sem marcar, mas não foi isso que o desmotivou e quando engatou, nunca mais quis parar. Um avançado vive de golos, mas não é só isso que pode acrescentar ao futebol da equipa, como Gyokeres mostrou. Além de ser letal em frente à baliza, o ponta de lança mostrou ser uma força da natureza, essencial para abrir espaços em jogos mais apertados, denotando também uma falta de egoísmo incomum num atacante que faz tantos golos, o que resultou em várias assistências.

O camisola 9 do Sporting teve um papel decisivo em muitos jogos, mas houve exibições que valeram pontos e ficaram na memória: na Taça da Liga fez três golos na vitória contra o Farense (4-2), na 14.º jornada contribuiu com um golo e uma assistência no triunfo com o FC Porto (2-0) e na receção ao Boavista (6-1), da ronda 26 da I Liga, voltou a fazer um hattrick e fez mais uma assistência mostrando versatilidade no seu jogo. No Dragão saltou do banco para marcar dois golos num minuto e evitar a derrota do Sporting. Estes são apenas três exemplos, mas houve muitos mais ao longo do ano e, mesmo quando não ajudava à estatística, contribuía em aspetos invisíveis do jogo.

Em 2023/24 foi quase sempre titular, somando 27 golos e nove assistências nos 31 jogos realizados. Se há quem possa duvidar das questões mais técnico-táticas, não se pode questionar os números. Além destes que foram fulcrais para o título do Sporting, fica ainda a faltar descobrir quantos milhões de euros vai deixar em Alvalade, porque será certamente difícil segurar tanta qualidade.

O panzer sueco marcou em 18 dos 32 jogos em que somou minutos. Fez um hat-trick ao Boavista, bisou diante do FC Porto, Vitória Sport Clube, Casa Pia, Vizela (duas vezes, nos dois jogos), Gil Vicente e Farense. Ficou em branco na goleada ao Estoril (5-1) mas fez três assistências nessa partida.

Gyokeres é responsável por quase 30 por cento dos golos do Sporting na I Liga (29,4 por cento).