Vicente Moura também marcou presença no Altice Arena. O antigo vice-presidente na direção de Bruno de Carvalho, explicou porque deixou a direção do Sporting.
"Inicialmente o Bruno de Carvalho fez um bom trabalho, mas a partir de certa altura deixei de o conhecer, principalmente nos últimos meses. Mudou a forma como viu as coisas. Em vez de ser humilde, como era, achou que era 'o' presidente. O Sporting não é refém de ninguém, o Sporting é dos sócios. Não me arrependi de ter saído, naquela altura fui até criticado, diziam que era ingrato, que estava a abandonar o barco. Mas quando as pessoas não aprendem com os seus próprios erros, não há solução", disse, aos jornalistas.
Sobre a Assembleia-geral, o antigo presidente do Comité Olímpico de Portugal desejou que tudo corra bem que se acabe com a atual turbulência no Sporitng.
"Espero que a AG termine com esta situação que tem sido complicada. Esta turbulência faz mal ao clube, aos atletas, às finanças do clube e até ao país. Não é agradável o país ser confrontado com uma situação desta natureza. Os sócios estão a responder à chamada, acho que daqui vai sair uma voz firme a dizer o que é que nós queremos. O Sporting deseja tranquilidade para trabalhar, para resolver os problemas financeiros e espero que amanhã haja paz. Quaisquer que sejam os resultados, há que dar paz, dar espaço a quem vier para trabalhar para o Sporting", completou.
A Assembleia-geral do Sporting foi convocada com o objetivo de decidir o afastamento ou a continuidade de Bruno de Carvalho, figura central de uma crise que se agudizou com a perda do segundo lugar na I Liga de futebol e a invasão de adeptos à Academia do Sporting, em Alcochete.
De resto, afigura-se como muito provável que esta venha a ser uma das AG mais concorridas da histórica do clube, se não mesmo a mais concorrida, dado o número de sócios que se tem deslocado ao Altice Arena, havendo duas longas filas de espera para aceder ao interior do recinto.
Os sócios do Sporting reúnem-se hoje para a primeira Assembleia Geral (AG) de destituição da história do clube, na qual decidirão o futuro do presidente, Bruno de Carvalho, legitimado há quatro meses por larga maioria.
Bruno de Carvalho, que em fevereiro viu uma larga maioria de sócios legitimar o seu mandato - aprovando alterações aos estatutos e ao regulamento disciplinar, e a continuidade dos órgãos sociais - é o primeiro presidente a enfrentar a possibilidade ser afastado em quase 112 anos de história do clube.
Eleito em 2013 e reconduzido em 2017, Bruno de Carvalho considerou, desde o início, que a AG é ilegal, e garantiu, mais tarde, que não marcaria presença no plenário, que decorre no Altice Arena, em Lisboa.
Em vésperas da AG, o presidente 'leonino' afirmou que se afasta do cargo se a sua destituição for votada de forma fidedigna.
A AG foi convocada por Jaime Marta Soares em 24 de maio, numa altura em que presidente da Mesa da Assembleia Geral (MAG) já tinha dito publicamente que se demitira, embora nunca tenha formalizado o pedido.
Além da MAG, o clube ficou também sem quórum no Conselho Fiscal e Disciplinar (CFD), e o Conselho Diretivo (CD), liderado por Bruno de Carvalho, perdeu seis membros.
A maioria dos pedidos de demissão surgiram logo após 15 de maio, dia em que vários futebolistas do plantel e elementos da equipa técnica e do staff foram agredidos na Academia por cerca de 40 adeptos encapuzados, dos quais 27 foram detidos e ficaram em prisão preventiva.
Estes acontecimentos, levaram os futebolistas Rui Patrício, William Carvalho, Gelson Martins, Bruno Fernandes, Battaglia, Bas Dost, Podence, Ruben Ribeiro e Rafel Leão a rescindirem contrato alegando justa causa.
Comentários