A escolha de Marcel Keizer para treinador do Sporting não colheu unanimidade no universo leonino. O holandês foi a escolha de Frederico Varandas para o lugar de José Peseiro. Uma escolha feita após muita ponderação.

"A escolha de Keizer define muito o que é esta direção. Não pode haver algo que dê mais força a quem tenha de decidir do que ter independência. Não tivemos de agradar a nenhuma fação. Quando se decide com independência, sem ter a preocupação de tomar decisões por causa do mandato e de eleições. Para mim a aposta não teve risco nenhum. E disse isto antes de ele fazer o primeiro jogo. Assenta em quatro fatores, como disse antes. Era a opção que me dava mais tranquilidade. Muito se fala dele hoje e merece, é um grande treinador, um grande senhor. Nem ele próprio acreditava que ia correr assim tão facilmente", recorda o líder leonino, dividindo o sucesso atual da equipa por toda a estrutura.

"O sucesso que está a ter como nosso timoneiro vem da estrutura do Sporting. No dia em que ele der uma entrevista, jamais esquecerá esta equipa à volta dele. Beto e Hugo Viana têm feito um trabalho fantástico, discretos, a trabalhar. De um profissionalismo e competência fantásticos. Mas não só: secretários-técnicos, toda a parte logística à volta, departamento médico, Unidade de Performance já implementada", contou.

A contratação de Keizer aconteceu depois de Frederico Varandas ter conversado com o técnico holandês.

"Quando lancei o nome dele muita gente ficou em pânico. Vamos pensar pelas nossas cabeças. Há algum tempo que reparei em Keizer, no futebol do Ajax. Depois, houve oportunidade de o conhecer melhor. Sou uma pessoa racional mas sigo sempre o mesmo instinto. Em conversas com ele, vi como as equipas dele jogavam, a forma como lidera um grupo, trocámos informações sobre jogadores e a sua forma de ser. Todas as peças para ter o mínimo risco possível. E depois tínhamos uma estrutura preparada para receber Keizer. Dificilmente trocava esta estrutura por qualquer outro clube, e não falo apenas de Portugal. Sei o que quero para um treinador, para um grupo, para o departamento médico, etc. Tive a sorte de conseguir trazer estas pessoas e não é preciso ter muito dinheiro", explicou à Sporting TV, no dia em que completou 100 dias à frente dos destinos do clube.

Nestes 100 dias de presidência, uma das decisões mais difíceis foi a saída de José Peseiro, afastado devido aos maus resultados.

"Eu era a pessoa mais feliz se tivesse continuado com ele até final. Era sinal que tudo corria bem. Mas eu sou presidente do Sporting. Para mim, temos de dominar, no mínimo, 32 jogos por ano. Podemos até não ganhar, mas temos de nos assumir como favoritos. Temos de ser mandantes e temos de ir para cima, temos de levar connosco estes milhões de adeptos. Temos de ter um futebol atrativo", explicou.

Apesar da decisão de afastar o técnico, Varandas agradeceu a Peseiro pelo tempo em que esteve no Sporting.

"Houve uma telenovela à volta de Peseiro. Tenho de lhe agradecer: ótima pessoa, bom treinador, mas não era o que eu precisava naquele momento. Se há coisa que vou fazer é errar. Perguntam-me se estou arrependido. Não estou. Não estou e estou muito confiante. Sempre passei, na minha vida, por situações de stress e de alta pressão. Hoje, com 39 anos, sinto-me confortável quando passo por elas. A decisão de mudança do treinador foi altamente tranquila e segura do que estava a fazer. Vem de trás, do que eu vi e do que estava a sentir. Sou um presidente que gosta de passar dois dias por semana na Academia. Gosto de sentir e gosto de ver. Naquele momento, senti que o Sporting precisava de outra coisa. Não iria tirar alguém para por alguém que não fosse fazer melhor", explicou.

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