Apesar de ter sofrido muitas mexidas, Manuel Machado já trabalhou com o grupo na temporada passada, pelo que a integração dos reforços e a consolidação do estilo de jogo da equipa poderá ser mais facilitada. Embora tenham saído doze elementos da equipa da temporada passada, os quatro titulares que saíram são aqueles que podem dar mais dores de cabeça ao técnico natural de Guimarães.
Futebolistas como Diego Barcellos, Djaniny, Claudemir ou Mexer destacaram-se em 2013/14 e obrigam o timoneiro a voltar a encontrar soluções para posições que já estavam consolidadas. Com um orçamento de 4 milhões de euros, o aumento do número de egípcios no plantel para quatro elementos é mesmo a grande novidade, embora já não seja uma surpresa, dada a forte ligação que o clube tem criado com aquele país africano.
Na baliza, Gottardi, foi o elemento do plantel que mais tempo de jogo contabilizou, somando 2610 minutos. Tornou-se num elemento chave na temporada passada devido à segurança que transmitia ao setor mais recuado, mantém-se no plantel e é menos uma dor de cabeça para o timoneiro de 58 anos. O Nacional gosta de assumir o jogo e tem no trabalho e na organização da equipa duas das suas mais-valias, procurando um futebol ambicioso e objetivo sem perda da eficácia defensiva.
A segurança que evidencia normalmente é uma imagem de marca de Manuel Machado (foi a quinta melhor defesa do campeonato), assim como a proximidade dos jogadores dentro de campo e a saída rápida para o contra-ataque. No terreno de jogo, os alvinegros fazem do 4-2-3-1 a sua praia, com laterais muito ofensivos que dão profundidade à equipa (quarto melhor ataque do campeonato). A Europa está ali ao virar da esquina, é só continuar o percurso.
-Entradas
Guarda-redes: Kevin Ramos
Defesas: Rui Correia, Rony, Ayala, Mahmoud Ezzat e Ali Fathy;
Médios: Boubacar, Willyan, Mimbela e Edgar Abreu;
Avançados: Suk e Marco Matías;
-Saídas
Guarda-redes: Ricardo Batista;
Defesas: Jaime, Mexer e Diogo Coelho;
Médios: Kayke, Rafa, Jota e Claudemir;
Avançados: Candeias, Diego Barcellos, Bruno Moreira, Djaniny e Bata;
Estrela da equipa: Mario Rondón
A arte e o faro postos ao serviço da equipa
Destacou-se no Paços de Ferreira e já vai na quarta temporada que vai iniciar ao serviço dos insulares e, com as ausência de Diego Barcelos, Dajaniny e Candeias para ajudar no ataque, o avançado venezuelano ganha maior papel de destaque no seio do grupo. Aos 28 anos é um dos elementos mais experientes do plantel, contabilizando já onze épocas distribuídas por Potassolense, Paços de Ferreira, Beira-Mar e Nacional.
Nas primeiras temporadas na Madeira jogou como avançado central, tendo-se destacado pelo bom cabeceamento, velocidade e colocação de bola. Mas Mario Rondón é mais do que isso e o seu talento não deixa mentir. Deslocado para as alas para dar lugar a Djaniny, confirmou-se imediatamente que o fino trato dado à bola não era uma coisa esporádica e o talento dos jogadores está lá e em parte do campo ele faz-se notar.
Ao serviço dos insulares já vestiu a camisola em mais de uma centena de jogos (105), marcando 29 tentos. O anaçado venezuelano é raçudo, voluntarioso e coloca sempre em primeiro plano os objetivos da equipa, assistindo mais vezes os companheiros do que aquilo que um ponta-de-lança deveria. Com créditos consolidados e dono de uma técnica invejável, Mário Rondón tem a palavra golo escrito na ponta da chuteira, na cabeça e no olhar.
A revelação: Saleh Gomaa
A magia e imprevisibilidade que a liga precisa
Entra na sua segunda temporada em Portugal e ao serviço do Nacional, Seleh Gomaa é internacional A pelo Egito e parece ter-se adaptado bem aos ares do Atlântico. É médio e tanto pode atuar na posição oito como a número dez, fazendo as duas posições com notável exímia. Alia a capacidade de trabalho à rapidez de pensamento. O jovem futebolista é bom a ocupar os espaços, algo pouco normal nos jogadores africanos e rapidíssimo a sair com a bola controlada.
Depois de uma temporada de adaptação, que contou com a ajuda de Aly Gazzal, seu compatriota, o tecnicista de 21 anos parece pronto a explodir e decidido a dar nas vistas num campeonato tão tático e rápido como o português. Deu nas vistas a nível internacional nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, devido à sua enorme leitura e visão de jogo e confirmou créditos no campeonato do Mundo de sub-20, em 2011, na Colômbia.
A mudança para Portugal, algo que para muitos seria um salto de gigante, para Saleh, tornou-se num simples passo em frente na carreira. Nunca perde o radar da bola e transforma-se numa peça preciosa de contra-ataque devido à sua rapidez e imprevisibilidade, caindo que nem uma luva no puzzle de Manuel Machado. Na temporada passada, fez catorze jogos, divididos entre campeonato e Taça da Liga, marcando um golo em apenas meia temporada, uma pequena amostra do que consegue fazer.
As exibições do centrocampista convenceram Manuel Machado e o Nacional avançou para a aquisição do jovem atleta depois de ter estado os primeiros seis meses cedido pelo ENPPI. Com a estadia em terras luas deu maior consistência ao seu jogo e a sua magia poderá fazer o jogo dos alvinegros voar para outro patamar. Saleh Gomaa está apresentado, venha daí o campeonato!
Comentários