A NOS dá hoje o "pontapé de saída" na primeira transmissão de um jogo de futebol em 5G em Portugal, com o clássico entre o Benfica-Porto, no que será uma "pequena amostra" do potencial da nova tecnologia.
"Este é o pontapé de saída para a transmissão" de eventos desportivos "de futuro muito 'light' [leve]", já que a utilização da tecnologia de quinta geração (5G) dispensa operações pesadas, como cabos, câmaras grandes e carros dos exteriores, explicou Margarida Nápoles, diretora de comunicação corporativa da NOS.
A transmissão em 5G, que vai acontecer hoje no estádio do Benfica, ainda é uma 'demo', ou seja, um teste, porque a tecnologia ainda não está disponível - o leilão atinge hoje o 80.º dia de licitação principal.
"No futuro, queremos fazer todas as transmissões em 5G assim que esteja disponível para comercializar e vamos trabalhar com mais parceiros", adiantou a responsável.
A transmissão televisiva será feita com recurso a quatro telemóveis, duas microcâmaras e duas câmaras profissionais dotadas com rede 5G, sendo que estas últimas não têm fios, o que permite "mais mobilidade" e é "mais sustentável".
As câmaras, que têm uma aplicação 'streaming', são ligadas a um servidor, o qual envia o sinal para o carro da Media Luso, que depois envia para 'feed' do Benfica TV, canal que vai transmitir a partida.
Com esta operação, a NOS pretende "claramente 'pôr as mãos na massa' e começar a testar a tecnologia, fazer demonstrações, casos de estudo, para depois poder evoluir" com o 5G, salienta Margarida Nápoles.
Trata-se de "uma pequena amostra daquilo que pode ser o grande potencial do 5G num evento desportivo".
A primeira transmissão de um jogo de futebol em quinta geração "só é possível porque anunciámos há algumas semanas o primeiro estádio 5G em Portugal", do SL Benfica, disse, dotado com infraestrutura tecnológica que "prepara e antecipa tudo aquilo que vão ser as necessidades do 5G e das pessoas", quanto a tecnologia "for uma realidade", sublinhou.
Dotar o estádio do Benfica com infraestrutura 5G "foi um projeto de mais de seis meses" e a preparação desta transmissão levou cerca de um mês. Antes da transmissão de hoje, foram realizados testes em dois jogos no estádio do Benfica.
"Tínhamos de estar seguros para fazer este primeiro teste" de hoje, afirmou Margarida Nápoles.
A responsável salientou que nesta primeira fase, não se assistirá a uma transformação radical para os telespetadores, haverá sim uma melhoria nos conteúdos que visualizam, já que as câmaras vão permitir ver ângulos que anteriormente não eram possíveis.
As oito câmaras vão "conseguir captar" planos fechados e em mobilidade que antes não era possível, explicou.
A NOS não pretende criar expectativas de que tudo muda hoje com esta emissão, mas que se trata de "um caminho, o princípio de muitas coisas que serão possíveis fazer".
Nesta fase, "com a tecnologia 'verde' como está, só vamos perceber o impacto na parte transmissão, este é um excelente estudo para o futuro das emissões televisivas, que é muito pesada em termos de estrutura, e também para o telespetador", disse.
Em termos de transmissão, o 5G vem aliviar o peso que é montar uma estrutura televisiva para a cobertura de um evento desportivo como é o caso do jogo de futebol entre o Sport Lisboa Benfica e o Futebol Clube do Porto.
"Há alguns anos e até agora seria impensável ter equipamentos como telemóveis e microcâmaras a captar uma imagem, um sinal, para depois ser emitido numa transmissão televisiva nacional. Com o 5G isto muda, os equipamentos acompanharam a evolução da tecnologia e hoje em dia pode-se colocar um 'smartphone' ou uma microcâmara em determinados locais do estádio" e captar o seu sinal e transmitir.
Nesta operação, a Media Luso recolhe os sinais e envia-os para a emissão com a coordenação do Benfica TV, envolvendo uma equipa de cerca de 50 pessoas só entre NOS e Benfica.
"Queremos efetivamente ir mais longe, fazer o que ninguém fez", disse, apontando que no "futuro próximo" esta transmissão pode ter impacto no 'broadcast', no adepto, quer em casa como no estádio, como também no clube e na própria organização do clube.
Com este tipo de transmissão, os telespetadores passam a ser acesso a ângulos que até agora eram inacessíveis e torna a experiência mais imersiva, segundo a NOS.
Quando houver rede 5G, a experiência poderá alargar-se à utilização de óculos de realidade aumentada, com conteúdos sobre estatísticas do jogo ou informações sobre os jogadores, por exemplo.
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