A caminhada do FC Porto para 27º o título arrancou a meio gás, com a equipa a não conseguir mais que um 0-0 em Barcelos diante do Gil Vicente. Um empate inesperado, uma semana depois da conquista da Supertaça de Portugal diante da Académica em Aveiro. A boa notícia foi que o rival Benfica também empatou, a duas bolas, na receção ao SC Braga.
Este empate merecia uma resposta da equipa, surgida na jornada seguinte diante dos adeptos no Dragão. A vítima foi o V. Guimarães, numa goleada pro 4-0. O Dragão assistiu ao último golo de Hulk, antes de se transferir para o Zenit da Rússia.
A segunda goleada consecutiva, diante do Beira-Mar em casa, criava enormes expetativas nos adeptos mas o segundo empate no campeonato, ao cabo de cinco jornadas, lançava muitas desconfianças na equipa de Vítor Pereira, que via o rival Benfica liderar o campeonato.
A resposta foi dada com oito vitórias consecutivas, entre elas uma frente ao Sporting em casa e outra fora com o Braga. Seguiu-se um empate a duas bolas em casa do Benfica, na primeira verdadeira prova de fogo de Vítor Pereira, já sem Hulk na equipa.
Com um futebol de posse, dominador, e uma equipa muito equilibrada, os "dragões" saíram da Luz com a confiança reforçada e só voltariam a perder pontos a 18ª jornada, em casa, frente ao Olhanense, numa jornada em que poderiam saltar para a liderança da Primeira Liga. O empate a uma bola foi o primeiro e único consentido no Dragão. Em 15 jogos, 14 vitórias e um empate perante o seu público, nem sempre paciente para com as exibições titubeantes da equipa. Chegou-se a ouvir assobios, mesmo em jogos que a equipa venceu. Vítor Pereira nunca foi uma figura consensual entre os adeptos portistas.
Se em casa mandava o FC Porto, fora de portas a formação de Vítor Pereira sentia algumas dificuldades para superar os seus adversários. Na 21ª jornada, a deslocação a Alvalade para defrontar um Sporting que fez um péssimo campeonato, viria a custar mais dois pontos aos azuis-e-brancos e lançar nuvens negras na possibilidade de renovação do título.
Seguiu-se novo empate fora, desta vez na Madeira, a uma bola frente ao Marítimo. O FC Porto passava a estar a quatro pontos do rival Benfica e não depender de si para a revalidação do título, quando faltavam sete jornadas para o fim da prova. Pelo meio, foi eliminado nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, o que lhe permitiu apenas concentrar-se no campeonato e na Taça da Liga, já que já estava fora da Taça de Portugal.
Vivendo sempre na expetativa do que poderia fazer o seu rival Benfica, os "dragões" fizeram uma ponta final espetacular e somaram por vitórias os sete encontros que restavam. Pelo meio viu o Benfica empatar em casa com o Estoril a uma bola, ficando a liderança da Liga presa por dois pontos.
Na penúltima jornada, o FC Porto disputou com o Benfica o jogo mais aguardado do ano. Perante mais de 50 mil pessoas no Dragão, um golo do brasileiro Kelvin aos 92 minutos "pregou" Jesus no chão e atirou os "dragões" para a liderança da Liga, faltando apenas um jogo.
A confirmação do tri veio na Mata Real na última jornada, onde o FC Porto bateu o Paços de Ferreira por 2-0 e sagrou-se vencedor da Primeira Liga.
Um campeonato especial para Vítor Pereira, que assim igualou o feito de André Villas-Boas, de terminar a Liga sem qualquer derrota. O FC Porto acabou a Liga com 78 pontos, frutos de 24 vitórias, seis empates e nenhuma derrota,70 golos marcados e 14 sofridos, segundo melhor ataque e melhor menos batida.
O FC Porto voltava a "roubar" o título ao Benfica, à semelhança da época transata, quando os encarnados chegaram a ter cinco pontos de vantagem para os azuis-e-brancos.
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