O treinador Petit assumiu hoje satisfação pela conclusão do mercado de transferências de futebolistas em Portugal, que encerrou na quinta-feira, na véspera da receção do Boavista ao Paços de Ferreira, para a quinta jornada da I Liga.
“Mais estabilidade? Acho que sim. Trabalhámos dentro das nossas ideias para compor o plantel. Por um lado, fico satisfeito por não perder mais jogadores. Quanto àqueles que chegaram, às vezes não são reforços para o imediato, mas para a época, que é muito longa. Nem todos os jogadores estão ao mesmo nível no início da época. Por isso, estou satisfeito que [o mercado] tenha fechado”, frisou o técnico, em conferência de imprensa.
No último dia da janela estival, os ‘axadrezados’ anunciaram a contratação do avançado internacional venezuelano Adalberto Peñaranda, vice-campeão mundial de sub-20 em 2017, que tinha rescindido por mútuo acordo com o Watford, do segundo escalão inglês.
“Conheço-o, porque já o analisei, trabalhei com alguns atletas da Venezuela e olhámos para esse mercado. Às vezes, não és feliz em certo lado e vens para uma casa onde és bem acolhido, tens um bom grupo e ficas inserido nas ideias do treinador. Há jogadores aos quais temos de dar mais um bocadinho e abraçá-los. Outros podem reagir de forma diferente pela ‘dura’ e por sermos um pouco mais agressivos na comunicação”, ilustrou.
Petit crê que Adalberto Peñaranda “vem ajudar e dar mais competitividade” ao Boavista, apesar de precisar de “tempo para se adaptar”, esperando que o extremo, de 25 anos, “volte a ser feliz, pois um atleta sem felicidade nem alegria não consegue jogar futebol”.
A derradeira semana do mercado ocasionou também a entrada do médio internacional guineense Ibrahima Camará, proveniente do Moreirense, despromovido à II Liga e atual líder isolado desse escalão, num total de 10 reforços logrados pelo emblema portuense.
“Também o conheço há algum tempo. É um miúdo, que passou por vários técnicos [no clube] onde esteve e que aprecio pessoalmente. Teremos de o trabalhar e moldar à ideia e ao processo desta equipa, tendo perfil para ser um jogador ‘box to box’”, comentou.
Em sentido inverso, o defesa argelino Yanis Hamache acertou recentemente a mudança para os ucranianos do Dnipro e representou a 14.ª e última saída do Boavista, ao qual voltou Ricardo Mangas, após ter estado cedido aos franceses do Bordéus em 2021/22.
“Dá-nos a ala toda e pode jogar como central de fora. Ele era extremo quando o apanhei com 18 anos no Tondela. Vai trazer mais competitividade e qualidade num lugar [de ala esquerdo] que já tinha Filipe Ferreira e Bruno Onyemaechi. Há atletas que fazem várias posições e isso é bom. Durante o encontro, sem fazer uma substituição, posso mudar o sistema”, notou Petit, focado em “reforçar o que vai trabalhando há algumas semanas”.
Depois de terem iniciado o campeonato com duas vitórias, os ‘axadrezados’ pretendem “corrigir aquilo que não esteve tão bem” nas derrotas face ao promovido Casa Pia (0-2) e ao líder Benfica (0-3), visando “uma boa resposta” ante o penúltimo colocado da prova.
“Esperamos um Paços de Ferreira forte, cuja classificação atual não condiz muito com os jogos que tem apresentado. Será um jogo extremamente difícil diante de um adversário com qualidade e jogadores que podem resolver uma partida. Vem de uma boa prestação [derrota na visita ao Benfica por 2-3], mas olhamos para o que temos de fazer”, advertiu.
Petit contornou as lesões do brasileiro Rafael Bracali, Miguel Reisinho, Luís Santos e do gambiano Yusupha e reconheceu que “nunca é fácil saber quem pode jogar” na formação de César Peixoto, que teve 12 ‘baixas’ na visita de terça-feira à Luz.
O Boavista, 10.º colocado da I Liga, com seis pontos, recebe o Paços de Ferreira, 17.º e penúltimo, ainda a zero, na segunda-feira, às 19:00, no Estádio do Bessa, no Porto, em partida da quinta jornada, com arbitragem de Cláudio Pereira, da associação de Aveiro.
Comentários