O treinador do Arouca, Armando Evangelista, defendeu hoje que “querer ganhar é inegociável” e “é com esse espírito” que vai a Barcelos enfrentar o Gil Vicente, na 11.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol.

Ao fim de sete jogos sem vencer, em todas as competições, os arouquenses triunfaram na receção ao Tondela, na última jornada (2-0), e subiram ao 11.º lugar do campeonato, um ímpeto que o técnico quer manter num terreno “difícil” como é o dos gilistas.

“Atendendo à qualidade que o Gil Vicente tem vindo a demonstrar, tem um leque de jogadores em termos individuais com capacidade para criar desequilíbrios, sabemos que é uma equipa que tanto em organização, como em transição ofensiva, é forte. O [treinador] Ricardo Soares tem sabido aproveitar as qualidades e tirar o máximo rendimento do plantel. São tudo ingredientes que nos dizem que vamos ter dificuldades”, perspetivou Armando Evangelista.

No entanto, e sabendo que a prova é “muito competitiva”, a ambição dos arouquenses “tem de estar sempre presente” e o “querer ganhar é inegociável”, porque a equipa quer continuar a ser competitiva seja “a jogar em casa ou fora”, contra o “FC Porto, Benfica, Tondela ou Gil Vicente”.

“Vamos ter um adversário pela frente que está moralizado e tem qualidade. Na primeira fase de construção procura ganhar o corredor central e o espaço entre linhas. É importante num momento de primeira pressão não deixar que a bola entre por dentro, depois tem capacidade para aproveitar os corredores laterais. No fundo é o jogo do gato e do rato, temos de controlar o jogo interior e não descurar a largura. O Arouca não se prepara para uma forma de jogar do adversário, mas para as diferentes formas”, vincou.

Depois de chegar ao intervalo em desvantagem em nove jogos consecutivos esta temporada, o Arouca não sofre golos há duas jornadas, algo que, aliado aos quatro pontos conquistados nos últimos dois encontros, “ajuda ao crescimento” e é um tónico para os jogadores acreditarem no trabalho desenvolvido pela equipa técnica.

“Não chega eu falar com os jogadores e dizer que estamos a evoluir se isso não se traduzir em pontos. O facto de os últimos jogos nos terem corrido de feição não nos diz nada. Não nos ilude porque estamos com os pés no chão, sabemos o caminho que queremos percorrer e as dificuldades que vamos encontrar pela frente”, apontou.

Ao mesmo tempo, elogiou o empenho dos elementos menos utilizados, que estão com “muita fome de jogar” e vontade de evoluir e ir de encontro do que é pedido, uma demonstração da “competitividade saudável” que o técnico pediu na construção do plantel.

Sobre a possível saída temporária de Odday Dabbagh para representar a seleção da Palestina na Taça da Arábia – a disputar entre 30 de novembro e 18 de dezembro, no Qatar –, o treinador disse que essa decisão cabe ao jogador e o clube não o forçará a ficar, mas mostrou-se confiante que o avançado vai continuar a trabalhar com a equipa.

“O Odday foi dos primeiros a ser contratados, mas dos últimos a chegar por uma questão de burocracia. E, face à sua chegada tardia e por ser a primeira vez a jogar na Europa, tem noção que quanto mais tempo cá passar e mais próximo do grupo estiver, mais fácil e rápida é a sua integração. É uma pessoa fantástica e até me surpreendeu a sua adaptação. Ninguém o pressiona a ir ou a ficar. É uma questão de bom senso e até tem partido dele”, explicou.

Para a deslocação a Barcelos, Armando Evangelista não conta com o suspenso Pité, expulso na última jornada, e confirmou um “tempo de paragem prolongado” do guarda-redes Fernando Castro, que terá de ser operado ao braço devido a uma rotura, juntando-se a Yaw Moses e Sema Velázquez no departamento médico.

O Gil Vicente, oitavo classificado, com 12 pontos, recebe o Arouca, 11.º, com nove, a partir das 19:00 de sexta-feira, no Estádio Cidade de Barcelos, com arbitragem de Hélder Malheiro, da associação de Lisboa.