Natural de Lisboa, o ex-futebolista iniciou a carreira no Atlético, na época 1963/64, com 18 anos, e representou o União de Tomar entre 1969 e 1971, antes de rumar a norte para jogar no emblema da cidade onde atingiu o topo da carreira e se radicou.

“O Vitória era uma família. Eu era rápido, tinha boa leitura de jogo e aparecia sempre no sítio certo. Por isso é que marcava muitos golos”, recordou à agência Lusa, a propósito do rendimento que apresentou pelo clube minhoto, que comemora o 100.º aniversário na quinta-feira.

Criado no bairro lisboeta do Casal Ventoso, onde começou a jogar à bola, Tito “não gostava de estudar” e ficou-se pela “quarta classe” (quarto ano de escolaridade), tendo trabalhado numa fábrica de vidro e numa loja de pronto-a-vestir antes de rumar ao Atlético, em que jogou com Matateu, ‘glória’ do Belenenses, José Henrique, guarda-redes que se notabilizou no Benfica, e Marinho, antigo avançado do Sporting e seu cunhado.

Extremo direito de raiz, Tito já jogava no eixo do ataque quando rumou a Guimarães, tendo-se distinguido pela facilidade com que marcava aos guarda-redes adversários de ‘chapéu’, atributo que lhe valeu uma alcunha.

“Tinha a alcunha de ‘chapeleiro’. Quando aparecia na ‘zona da verdade’, eles tinham medo. Já não saíam da baliza. Quando saíam da baliza, dava-lhes o ‘chapéu’”, lembra.

Ainda assim, os tentos que melhor recorda são os dois primeiros ao serviço do Vitória, no seu primeiro jogo no Estádio Municipal de Guimarães, que ditaram o triunfo por 2-0 sobre um Barreirense com Manuel Bento, que seria futuro guarda-redes do Benfica e da seleção portuguesa.

“No primeiro, isolei-me pelo lado direito e fiz o golo. Só encostei [a bola]. No segundo, o Manuel Pinto [defesa do Vitória] queria marcar o livre. Eu disse-lhe: ‘vou marcar o livre e meter a bola no canto dele. Vais ver que ele vai para detrás da barreira e vou fazer o golo’. Marquei o segundo golo assim”, descreve.

Na primeira época em Guimarães, o avançado contribuiu para a sexta posição do Vitória com 15 golos, registo que viria a superar nas temporadas 1975/76, com 16 golos noutro sexto lugar, e 1974/75, com 17 num quinto lugar, a melhor classificação que alcançou no Minho.

No campeonato em que mais golos apontou pelos vimaranenses, Tito foi apenas o segundo melhor marcador de uma equipa que apresentou o melhor ataque do campeonato, com 64 golos, superando o campeão Benfica e o vice-campeão FC Porto, ambos com 62.

Numa temporada com “muitos jogos marcantes”, entre os quais o triunfo sobre o Sporting, em Alvalade, por 3-2, o primeiro, com 18 golos, foi o brasileiro Jeremias, o “melhor” dianteiro com quem Tito diz ter jogado.

“Quando a bola lhe batia no peito, parecia que tinha ‘cola’. O Jeremias, tecnicamente, era um jogador fabuloso”, diz, sobre um avançado que rumou ao Espanyol no final dessa época, antes de regressar a Portugal em 1978, para jogar no Vitória minhoto e, depois, no Vitória de Setúbal.

Radicado em Guimarães, cidade onde se sentiu sempre “acarinhado” e conheceu a mulher com quem viria a casar, em 1977, Tito enalteceu ainda o ambiente vivido nos plantéis vimaranenses da década de 70, assumindo encontrar-se regularmente com ex-colegas como o antigo internacional português Osvaldinho, Bernardino Pedroto ou Rodrigues.

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