O Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) revogou na quarta-feira o castigo de dois jogos à porta fechada determinado pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol ao Boavista, da I Liga, face a conduta discriminatória.

O clube do Bessa tinha sido sancionado em 14 de junho, na sequência de um processo disciplinar por incidências verificadas durante o empate na receção ao Estoril Praia (1-1), em 27 de setembro de 2021, da sétima jornada da edição 2021/22 do principal escalão.

Segundo o acórdão divulgado no seu sítio oficial na Internet, o TAD assume que a claque Panteras Negras “levou a cabo atitudes racistas”, entoando “sons a imitar macacos”, mas “não ficou provado” que a SAD “tenha promovido, consentido ou tolerado tais cânticos”.

Esse incidente ocorreu aos 70 minutos do encontro, quando adeptos “identificados com sinais distintivos” do Boavista na bancada sul “entoaram durante cerca de 10 segundos o som a imitar macacos” para o luso-cabo-verdiano Chiquinho, então avançado do Estoril.

Aos 90+1 minutos, quando Romário Baró estava prestes a entrar em campo para render Bruno Lourenço, atual jogador ‘axadrezado’, outro adepto afeto ao clube da casa proferiu na bancada poente “insultos racistas e xenófobos” na direção do médio luso-guineense.

O órgão federativo invocou a infração do 113.º artigo do regulamento disciplinar da Liga Portuguesa de Futebol Profissional para aplicar dois duelos à porta fechada e uma multa de 38.250 euros ao Boavista, que teve desfecho inverso sobre outro processo idêntico.

Na semana passada, os ‘axadrezados’ viram o TAD manter o castigo de uma partida à porta fechada, acrescido de uma coima de 2.040 euros, pelo incumprimento de deveres nos confrontos realizados no Estádio do Bessa, no Porto, perante o Moreirense (1-0), em 19 de dezembro de 2021, da 15.ª jornada, e o Vizela (2-2), em 06 de fevereiro, da 21.ª.