Em noite de homenagem, na última quinta-feira, Sven-Goran Eriksson esteve presente no Estádio da Luz e aproveitou para conceder uma entrevista às plataformas oficiais do Benfica. O antigo técnico das águias deixou elogios a Roger Schmidt e recordou uma das suas má escolhas: não ter regressado a terceira vez a uma casa onde foi feliz.
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"O treinador na época passada foi o melhor. Há sempre uma regra no futebol, especialmente num clube enorme como o Benfica, que é perentória. O Benfica quer ganhar um título no mínimo a cada ano. Mas, claro que isso não é fácil, mas ele conseguiu", começou por dizer aos microfones da 'BTV'.
"Sigo sempre os resultados para ver como estão na classificação. Infelizmente, é difícil ver futebol português na Suécia. Mas acompanho sempre e apoio", acrescentou.
O antigo treinador sueco recordou ainda a escolha que fez em 2008, ir para o México em vez de regressar uma terceira vez ao Benfica, afirmando que foi "uma má escolha".
"Tenho de agradecer ao Benfica todos os dias, porque é um clube enorme. E, depois, abriram-me a porta para o resto da Europa. Tive a oportunidade de vir para cá a terceira vez. Fiz uma má escolha, fui para o México. Devia ter vindo para cá outra vez. Claro que o Benfica significa muito para mim. Fomos bem-sucedidos em pelo menos quatro dos cinco anos que aqui estive. O Benfica é enorme. Lembro-me que a primeira coisa que o Fernando Martins fez quando me foram buscar ao aeroporto, foi levarem-me à sala de troféus, era como a dizer 'não penses que és alguém importante'. Foi assim", relembrou.
Erikkson, que está a lutar contra um cancro terminal, foi homenageado por todo o Estádio da Luz, tendo ainda sido surpreendido por alguns jogadores que treinou nas águias. Sobre o momento que atravessa, o antigo técnico lamenta que "não se pode curar" a doença, mas sempre com um sorriso no rosto assegurou: "Estou bem, sinto-me bem. Esperamos sempre acordar na manhã seguinte e sentirmo-nos bem".
"O Benfica é paixão. Já lá vão muitos anos desde que fui treinador do Benfica mas são memórias para a vida. É um grande clube em Portugal, na Europa e no mundo. Lembro-me quando viajámos para os Estados Unidos da América, quando jogámos na Europa, era como se estivéssemos a jogar em casa. Vinham portugueses de todo o lado para ver o Benfica. Foram cinco anos, para mim, de muita sorte", assumiu.
O técnico recordou ainda o surgimento do interesse encarnado, em 1982: "Comecei num clube da terceira divisão. Depois, um clube de primeira divisão muito bom. Ganhámos alguns títulos internos e também um título europeu. E acho que foi por isso que surgiu o interesse do Benfica em mim. Acho que houve muita gente que não me quis por eu ser muito novo. Muitas pessoas pensavam que eu seria muito novo".
Sobre o "enorme jogador" que treinou aos 17 anos, Erikkson falou ainda da "grande carreira" de Rui Costa, frisando ainda que "agora é presidente".
Atualmente a viver na Súecia, Eriksson revelou ter saudades da vida em Portugal: "O clima é uma coisa, também a comida, as pessoas e o Benfica. É um belo sítio para trabalhar e viver. Só não sinto falta do trânsito da marginal. Ficava ali parado uma hora e meia todas as manhãs entre Cascais e Lisboa".
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