Desde o clássico com o Benfica que o FC Porto não perdia no Dragão. Aconteceu este domingo, em pleno dia de aniversário do agora quarentão Pepe, com o Gil Vicente a vencer pela primeira vez no reduto azul e branco. A noite até começou bem para a equipa de Sérgio Conceição, que marcou logo aos quatro minutos por Taremi, mas tudo mudou a partir daí. Fran Navarro empatou a partida, João Mário viu o vermelho direto e Murilo marcou o penálti que consumou a cambalhota no marcador para os gilistas, tudo isto antes do intervalo.
Na segunda parte, a expulsão de Uribe, por acumulação de amarelos, complicou ainda mais a tarefa do FC Porto, que não teve grandes argumentos (Eustáquio ainda marcou, mas estava em posição irregular) para contrapor a postura de gestão dos minhotos. Os campeões nacionais atrasam-se, assim, na luta pelo título - o Benfica usufrui agora de uma confortável almofada de oito pontos na liderança - e têm o segundo lugar em risco, uma vez que o SC Braga só joga amanhã.
Veja o resumo
Sérgio Conceição fez três alterações no onze portista comparativamente com o jogo em Milão, para a Liga dos Campeões: Galeno, lesionado, deu o lugar a Danny Namaso, recuando Pepê para uma das alas, enquanto Wendell rendeu Zaidu e Eustáquio ocupou a vaga de Grujic no meio-campo.
No Gil Vicente, Zé Carlos e Pedro Tiba foram as novidades face às ausências forçadas de Carraça (está emprestado pelo FC Porto) e Vítor Carvalho (castigado).
O jogo arrancou de modo frenético, com Taremi a introduzir a bola na baliza nos primeiros segundos (o lance foi invalidado) e depois aos quatro minutos, este sim a contar: boa combinação com Namaso, este devolveu já na área para o iraniano finalizar. Foi o regresso de Taremi aos golos, após quatro jogos em branco.
Este FC Porto em nada se assemelhava à equipa amorfa e desinspirada que vencera o Rio Ave pela margem mínima na semana anterior. O 2-0 podia ter surgido ainda antes dos dez minutos, mas Pepê falhou clamorosamente na cara de Andrew, atirando por cima da barra.
Depois foi Namaso a driblar Rúben Fernandes e a acertar em cheio no ferro (18’), já depois de um primeiro esboço de reação do Gil Vicente, com Navarro a cabecear ao lado da baliza – bem Pepe na pressão.
Certo é que o Gil Vicente começou a soltar-se mais com o avançar do relógio e depois de um primeiro aviso de Boselli, a que Diogo Costa respondeu com uma grande defesa, chegou mesmo ao empate. Servido por Tomás Araújo, Zé Carlos surgiu praticamente sozinho na direita, aproveitando a desconcentração de Wendell, e deu na pequena área para Fran Navarro, que só teve de encostar (27’).
A partida, que tinha começado bastante bem para os portistas, virou do avesso com a expulsão de João Mário (35’). O árbitro Rui Costa considerou que o lateral impediu um lance de golo iminente com um corte propositado com a mão e puxou do cartão vermelho – Pepê passou a fechar o lado direito.
Os gilistas continuaram a explorar as debilidade defensivas do flanco esquerdo dos dragões e aos 40’ Murilo atirou à barra após combinação com Fujimoto, com Diogo Costa já batido. E já perto do intervalo, o VAR alertou Rui Costa para um pisão na área de Uribe sobre Boselli, o juiz confirmou a grande penalidade e Murilo foi o marcador de serviço. Ainda se festejou nas bancadas do Dragão, uma vez que Diogo Costa tocou na bola, mas esta acabou mesmo no fundo das redes.
O FC Porto entrou por cima na segunda parte, mas aos 52 minutos ficou reduzido a nove jogadores na sequência do segundo amarelo a Uribe, e tudo ficou bem mais complicado. Com mais dois elementos, o Gil Vicente ia circulando a bola à procura dos espaços em aberto, perante um dragão que tentava fechar e sair rápido para o ataque.
Só que os azuis e brancos não desistiram e aos 68' Eustáquio desviou um bom cruzamento de Pepê para o fundo das redes, mas foi apanhado em fora de jogo e o golo acabou por ser anulado minutos depois. Seguiram-se outras aproximações à baliza de Andrew, sem sucesso.
A cinco minutos dos 90, Fujimoto recuperou a bola em zona adiantada e serviu Marlon, que estava em boa posição para sentenciar a partida, mas o remate saiu por cima. Toni Martínez ainda entrou para o tudo ou nada, mas o Gil Vicente conseguiu segurar o triunfo até ao fim.
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