Em final de tarde de sexta-feira, perto de 28 mil adeptos assistiram à vitória do Sporting por 3-1 frente ao Gil Vicente. Num encontro em que tudo correu mal aos gilistas, a equipa de Rúben Amorim conseguiu a tal "dinâmica ofensiva" apontada pelo técnico na conferência de imprensa de antevisão.
Morita (16'), Pedro Gonçalves (22') e Rochinha (82') deram o triunfo à equipa da casa. Fran Navarro reduziu já ao cair do pano.
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Amorim trouxe Paulinho e uma estreia, Ivo Vieira revolucionou
No regresso dos compromissos das seleções, o passado ficou bem enterrado e os dois técnicos promoveram algumas alterações face aos jogos da última jornada.
Começando pelo Sporting, Amorim manteve-se fiel ao habitual 3-4-3 com a novidade Marsá a aparecer no centro do trio de centrais. Esgaio assumiu o lugar de Porro na direita com Nuno Santos a cobrir Matheus Reis adaptado à linha defensiva mais recuada. De destacar também a presença de Paulinho no onze, com Edwards a ficar no banco de suplentes. O nove puro voltou ao Sporting.
Do lado do Gil Vicente, algumas mudanças significativas a registar. Ivo Vieira apostou num sistema de cinco defesas e para isso contribuiu a entrada de Rúben Fernandes. Boselli também ficou no banco de suplentes com Fran Navarro a ser apoiado por Murilo e Kevin.
Primeira parte: Sporting a todo o gás
A paragem para as seleções parece ter feito bem a este Sporting e a primeira parte que o diga. Uma equipa muito dinâmica e com um nove puro que poderia sentir dificuldades a tentar perfurar um sistema de cinco defesas. Ainda assim, foi completamente o oposto e o nível de conforto dos comandados de Amorim acabou por trazer os golos com alguma 'tranquilidade'.
Os primeiros minutos mostraram uma aprendizagem tática entre ambas as equipas, mas com um claro domínio dos Leões.
Aos 11 minutos, o primeiro grande desequilíbrio criado que deu em golo de Paulinho. Cantava-se o 'Freed From Desire' em Alvalade até Tiago Martins auxiliado pelo VAR anular o golo por fora de jogo.
Na retina fica a combinação entre Ugarte e Nuno Santos que ofereceu o golo - depois invalidado - ao número 20 dos Leões.
Ainda assim, este não foi motivo para desmoralizar a equipa da casa, até porque o Gil Vicente tardava a entrar verdadeiramente no encontro. Fran Navarro não apresentava um perigo iminente e o sistema de cinco defesa mostrava mais timidez que solidez.
Não entrou à primeira, mas Morita acabou por marcar a contar. Paulinho oferece a Nuno Santos que remata para defesa de Andrew Silva, mas a recarga do japonês foi sem hipóteses aos 16 minutos. Foi também a estreia a marcar para o reforço deste mercado de verão.
A partir daqui se já só víamos Sporting ainda começou a ser mais evidente a supremacia dos verdes e brancos.
Aos 22 minutos, fez-se assim o 2-0 por Pedro Gonçalves. Morita esteve de novo no início da jogada com um grande passe de calcanhar e Pote apareceu na grande área, tirou um adversário do caminho e atirou bem colocado sem hipóteses para Andrew.
Um dos poucos avisos dos Gilistas apareceu aos 27 minutos pelo inevitável Fran Navarro, ainda assim o avançado pecou na hora de tentar bater Adán.
A supremacia da equipa de Rúben Amorim continuava e foi Andrew a negar o 3-0 por duas ocasiões. Aos 39 minutos, negou o golo a Trincão e aos 48 minutos - já em compensação - tirou o pão da boca a Esgaio.
Era assim motivo para um tempo de descanso literal para o Sporting, e de um tempo de reflexão para o Gil Vicente.
Segunda parte: Gestão, mas a acelerar
Depois de um intervalo bastante animado e com os adeptos bastante descontraídos com o resultado favorável, Tiago Martins apitou para o segundo tempo logo com uma grande novidade.
Ivo Vieira - visivelmente insatisfeito com a primeira parte da equipa - abandonou o sistema de três centrais e substituiu Tomás Araújo por Matheus Bueno. Era assim o regresso ao 4-3-3.
Notou-se assim um Gil Vicente mais ambicioso em termos ofensivos, mas com o Sporting a ser capaz de controlar as incidências do encontro. Boselli acabou também por entrar para a equipa minhota e aos 60 minutos deu-se o momento de maior calafrio para os Leões.
O relógio apontava para uma hora certa do encontro e, numa jogada de insistência dos visitantes, Fran Navarro mostrou toda a sua técnica, mas valeu Matheus Reis a oferecer o corpo às balas já depois de Adán também ter evitado o 2-1 de Murilo.
A resposta surgiu para o 3-0 que na realidade nem deu tempo para festejar. Trincão apareceu na cara do golo, mas em fora de jogo. O suspense do VAR foi tanto que o extremo português teve tempo de sair de campo e entrar Edwards sem se saber se iria festejar o golo ou não.
A polémica apareceu aos 66 minutos com Edwards a pedir uma grande penalidade, mas Tiago Martins mandou seguir com grandes protestos nas bancadas.
Amorim sentia a tranquilidade na equipa e retirou Ugarte, rendido por Alexandropoulos e Marsá (com uma exibição bastante segura) para a entrada de St. Juste.
Rochinha foi o homem que se seguiu para a saída bastante ovacionada de Paulinho numa altura em que o jogo estava estagnado. Ivo Vieira, já sem grandes alternativas para tentar mudar o rumo do encontro, promoveu a entrada de Élder Santana.
Golo só mesmo do outro lado e com uma estreia outra vez. Rochinha com uma boa habilidade técnica tirou Andrew do caminho e atirou para o fundo das redes com o 3-0 naquele que parecia o fechar das contas finais.
Ainda assim, a gracinha do Gil Vicente surgiu aos 93 pelo inconformado Fran Navarro. As contas ficaram assim fechadas.
Com este resultado, o Sporting ascende ao sétimo lugar e o Gil Vicente fica no décimo posto do campeonato.
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