O Sporting pretende levar o Caso dos Vouchers à UEFA. A informação foi avançada por Nuno Saraiva, diretor de comunicação do clube de Alvalade, na sua página no facebook.
"Após ter sido dado como provado que estas [as ofertas] existiam, e de ter sido assumido pelo próprio Benfica e pela FPF de que as ditas 'ofertas' se estendiam também às competições europeias, e por não sabermos se esta prática se mantem hoje em dia, entendemos fazer, também no tempo próprio, uma exposição à UEFA", escreveu o responsável. Saraiva garante que o clube faz esta exposição "a bem do futebol e da verdade". O dirigente acusa o Benfica de continuar a manipular informação e de "querer enganar tolos" no caso da carta enviada à FPF a pedir a investigação do caso dos vouchers.
Recorde-se que a 6 de outubro de 2015, o presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, acusou o Benfica de oferecer um ´kit de cortesia` (oferta de uma camisola de Eusébio e de quatro jantares no restaurante Museu da Cerveja) aos árbitros, delegados e observadores que iam aos jogos das ´águias` em casa, durante o programa 'Prolongamento', da TVI24. "Só em jantares, por ano, deve rondar 140 mil euros. Em prendas, deve rondar um quarto de milhão de euros", acusou, na altura, Bruno de Carvalho.
Eis o post de Nuno Saraiva
"Encenação, take 2
A) Hoje, um jornal, decidiu publicar uma carta que, supostamente, como o título diz, prova que o Benfica pediu que fossem investigadas as acusações do Sporting relativas ao chamado "Caso Vouchers".
Depois lemos a dita carta e o conteúdo da notícia e ficamos a perceber, novamente, a manipulação da informação a que infelizmente alguns jornais já nos vão habituando.
1. A leitura da carta confirma aquilo que foi dito pelo Presidente do Sporting CP. O teor da mesma era o pedido de abertura de um processo contra o Presidente do Sporting CP. Aliás, só através de novo atentado à inteligência humana, se poderia acreditar na versão fantasiada de uma instituição que dizia querer que alguém fizesse uma investigação genuína a um caso e, ao mesmo tempo, colocar um processo (que já teve três decisões desfavoráveis e três recursos) contra o Presidente, assumindo que o mesmo mentiu. Seria um estilo de averiguem e, simultaneamente, coloquem um processo contra o Presidente dando a resposta ao dito processo de averiguação.
Para quê investigar se tudo era mentira e o denunciante deveria ser severamente castigado? Um verdadeiro nonsense para enganar tolos como, por exemplo, quem publicou a dita carta;
2. Da notícia, percebemos que a "participação" da FPF ao Ministério Público foi no dia 7 de Outubro de 2015 e que a carta do Benfica é datada de dia 9. O desencadear dia 9 de algo que foi feito a dia 7, está ao nível da narrativa de um clube que diz ter sido fundado antes do Sporting mas que, afinal, tem um fundador que antes de o ser jogou no Sporting.
Tudo isto é grotesco e caricato demais para continuarmos a dizer que vivemos num país evoluído. É demasiado deprimente assistir a tudo isto.
B) Ao mesmo tempo, um jornal do mesmo grupo decidiu justificar o que é injustificável. Julga ser o único detentor das "fontes" e da exclusividade das mesmas. Pensa que basta escrever umas coisas para apagar o que fez perante a data em que tiveram acesso às informações. Falam de contraditório? Mas alguma vez alguém viu esse jornal fazer um contraditório desta forma? Com uma notícia remetida para outra que viciava completamente a própria notícia? É tempo de a comunicação social se dar ao respeito e de respeitar os seus leitores. E, como disse também o Presidente do Sporting CP, que venham daí os processos que quiserem pelas mentiras que insistem em publicar pois o Presidente do Sporting CP, quer no plano profissional quer no plano da cidadania, tem provas suficientes de que o modus operandi deste jornal não é nada daquilo que transmitem e que a mentira, mesmo quando comprovada, infelizmente é publicada prevalecendo sobre a verdade.
Esse mesmo jornal pergunta numa coluna de opinião porque é que o Presidente do Sporting CP, se soube das buscas, não escreveu um post. A resposta é simples: porque o Presidente do Sporting CP tem como missão trabalhar para e pelo Clube e não fazer o papel que é o da Comunicação Social. Aquilo com que ele não compactua é com a manipulação e a mentira. Pela defesa intransigente do Sporting CP, da verdade, do desporto em geral e do futebol em particular.
É muito triste o estado em que hoje vive alguma Comunicação Social. São estes os exemplos que nos remetem para um país subdesenvolvido. Põe-se em bicos de pés mas mantêm um total desrespeito pelos seus concidadãos que mereciam, pelo seu esforço e trabalho, dispor de um serviço de excelência que catapultasse o País para a modernidade e prosperidade.
Como dizem os grandes pensadores, não existe Democracia sem Justiça ou sem uma Comunicação Social livre e isenta. É por isso hora de Portugal refletir um pouco.
Quanto ao Sporting CP, como disse também ontem o seu Presidente, dará sempre toda a informação para que no que ao desporto diz respeito se possa fazer justiça e manter as pessoas informadas. Depois, se o fazem, já está nas mãos de cada um.
Existe quem queira referir-se a tudo isto como "guerra de clubes". Um rótulo agressivo para passar a mensagem de belicismo.
Não, nada disto se resume a "guerra de clubes". Tudo isto é apenas a luta pela verdade, pela dignificação do futebol e dos agentes desportivos, pela verdadeira democracia por que tantos lutaram, pelo respeito pelas pessoas e por não querer que se mantenha o rumo do precipício para onde infelizmente o futebol português caminha enquanto quase todos assobiam para o lado fingindo não perceber realmente aquilo que se passa. Se calhar, a grande diferença é que o Presidente do Sporting CP está onde queria estar, enquanto todos os outros estão de olho nas suas empresas, na UEFA, na FIFA, etc., isto é, colocam as suas agendas pessoais à frente de tudo o resto. E quando assim é, nunca é tempo de verdadeiramente agir. É sempre o tempo das hipocrisias e dos atos encenados.
Daí que, e perante a revelação bombástica de que agora o Benfica pediu a intervenção da UEFA, importa também esclarecer o seguinte: O Sporting CP, no tempo próprio, fez as participações às instâncias do futebol português que entendeu obrigatórias, perante a informação de que dispunha, relativamente às "ofertas" feitas aos árbitros, observadores e delegados nas competições nacionais. Após ter sido dado como provado que estas existiam, e de ter sido assumido pelo próprio Benfica e pela FPF de que as ditas "ofertas" se estendiam também às competições europeias, e por não sabermos se esta prática se mantem hoje em dia, entendemos fazer, também no tempo próprio, uma exposição à UEFA. Sempre a bem do futebol e da verdade."
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