O candidato à presidência do Sporting Fernando Tavares Pereira admitiu manter José Peseiro ao comando da equipa de futebol dos ‘leões’ “por muitos anos” se o treinador conseguir “vencer campeonatos” e deixa uma garantia de estabilidade para o clube.
“O Sporting anda há 40 anos a prometer. Temos de deixar estar a equipa técnica. Se [José Peseiro] estiver a vencer, pode ser o treinador do Sporting por muitos anos. O que queremos é campeonatos, queremos ganhar. Portanto, temos de ter respeito por quem lá está e a imaginação de que estão a fazer o melhor possível para o Sporting”, afirmou.
Em entrevista à Lusa, o líder da lista G para as eleições de sábado criticou, assim, quem fala em nomes para o futuro do futebol do Sporting e dá o “benefício da dúvida” aos méritos do trabalho da Comissão de Gestão e de Sousa Cintra, que assumiu de forma interina a liderança da SAD, na sequência da destituição do anterior presidente, Bruno de Carvalho.
“Penso que a Comissão de Gestão e Sousa Cintra estarão a fazer um bom serviço. O Sporting, quer queiramos ou não, está a ser gerido para o futuro e vamos dar o benefício de que está a ser feito um bom trabalho. Penso que Sousa Cintra está a fazer o melhor para o Sporting, assim como a equipa técnica para que sejamos vencedores”, referiu.
No entanto, Tavares Pereira, de 62 anos, explicou que é preciso mudar algumas coisas para se quebrar o jejum de títulos que dura desde 2002, a começar pela Academia do clube, em Alcochete. Para o empresário, a política de formação dos ‘leões’ na última década foi “um fracasso total” e que essa situação está relacionada com as dificuldades financeiras de Alvalade.
“É necessário que o Sporting coloque a Academia a trabalhar corretamente e que seja campeão. O que dá solidez financeira é a venda de ativos e ser campeão para ter as entradas de capital da UEFA. Se o Sporting não for campeão e não tiver resultados na Academia, é muito difícil manter-se com a solidez necessária para ser um clube de grande dimensão”, frisou.
Apesar do diagnóstico negativo, o ‘rosto’ da lista G considerou que “nem tudo foi mau” na presidência de Bruno de Carvalho e revelou que o ex-líder do clube “poderia ser presidente por muitos anos”, caso não tivesse, no seu entender, danificado durante este último ano a imagem do Sporting e “humilhado” os sócios e adeptos.
“Não soube respeitar os sportinguistas. Nem tudo o que fez foi mau, é verdade, mas aquilo que aconteceu no Sporting foi mau demais. Estou aqui como candidato em virtude de ter acontecido o que aconteceu, porque, caso contrário, nunca seria candidato nesta fase”, afirmou, complementando: “Bruno de Carvalho tinha poderes suficientes para gerir o Sporting sem que fosse necessário fazer o pedido aos sócios para ter mais poderes”.
Como consequência da crise que se instalou após o final da última época, Tavares Pereira assegurou que vai “até ao fim” nos processos de rescisões dos jogadores que deixaram o Sporting e que o clube “irá ser ressarcido nos montantes necessários”. Além de esperar uma posição igual dos outros candidatos, pediu outra postura dos jovens formados nos ‘leões’.
“Devia ter havido uma formação do que é o Sporting. Para o Sporting ser o segundo clube mais eclético do mundo, é porque teve grandes feitos. Acho que a falta de os jogadores da formação não saberem o que é o Sporting esteve na origem desses problemas. Quem lá está não deu a esses jovens o que o Sporting precisa: respeito, dignidade e transparência”, referiu.
As eleições no Sporting estão marcadas para sábado.
Além de Fernando Tavares Pereira (lista G), concorrem ao ato eleitoral João Benedito (A), José Maria Ricciardi (B), Frederico Varandas (D), Rui Jorge Rego (E) e José Dias Ferreira (F).
Madeira Rodrigues avançou com uma candidatura mas acabou por desistir a favor de Ricciardi.
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