A fase de instrução do ataque à Academia do Sporting, em Alcochete, em 15 de maio de 2018, arranca, esta segunda-feira no Campus da Justiça, em Lisboa, com o interrogatório a quatro dos 44 arguidos no processo.
O processo pertence ao Tribunal de Instrução Criminal do Barreiro, mas, por razões de logística e de instalações, a fase instrutória vai decorrer na nova sala do edifício A do Campus da Justiça, no Parque das Nações, em Lisboa.
A instrução, fase facultativa em que o juiz de instrução criminal Carlos Delca vai decidir se o processo segue e em que moldes para julgamento, foi requerida por mais de uma dezena de arguidos, entre os quais o ex-presidente do Sporting Bruno de Carvalho e o antigo oficial de ligação aos adeptos do clube Bruno Jacinto.
Para hoje, estão marcados os interrogatórios de quatro arguidos, Hugo Ribeiro (10:00), Celso Cordeiro (11:00), Sérgio Santos (14:00) e Elton Camará (15:00) e mais uma testemunha.
Às 10:00 de terça-feira, será interrogado o arguido Eduardo Nicodemus e, às 14:00, vai ser ouvido Bruno de Carvalho.
Os primeiros 23 detidos pela invasão à academia e consequentes agressões a técnicos, futebolistas e outros elementos da equipa 'leonina', ocorrida em 15 de maio do ano passado, ficaram todos sujeitos à medida de coação de prisão preventiva em 21 de maio.
Em 15 de novembro do ano passado, exatamente seis meses após o ataque à academia, a procuradora Cândida Vilar (que será a procuradora do Ministério Público (MP) na fase de instrução), deduziu acusação contra 44 arguidos, incluindo Bruno de Carvalho e 'Mustafá', líder da claque Juventude Leonina.
Dos 44 arguidos do processo, 37 mantêm-se sujeitos à medida de coação mais gravosa: a prisão preventiva. Seis arguidos estão em liberdade, incluindo Bruno de Carvalho e o líder da claque ‘Juve Leo’, que estão ambos obrigados a apresentações diárias às autoridades.
O arguido Celso Cordeiro vai passar entretanto de prisão preventiva para prisão domiciliária com pulseira eletrónica.
O antigo oficial de ligação aos adeptos do clube Bruno Jacinto está entre os arguidos presos preventivamente, sendo acusado da autoria moral do ataque, tal como Bruno de Carvalho e 'Mustafá'.
Aos arguidos que participaram diretamente no ataque, o MP imputa-lhes a coautoria de crimes de terrorismo, 40 crimes de ameaça agravada, 38 crimes de sequestro, dois crimes de dano com violência, um crime de detenção de arma proibida agravado e um de introdução em lugar vedado ao público.
Bruno de Carvalho, 'Mustafá' e Bruno Jacinto estão acusados, como autores morais, de 40 crimes de ameaça agravada, 19 de ofensa à integridade física qualificada, 38 de sequestro, um de detenção de arma proibida e crimes que são classificados como terrorismo, não quantificados. O líder da claque Juventude Leonina está também acusado de um crime de tráfico de droga.
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